Jones levou o Luton à promoção direta da League Two e até mesmo a uma meia-final dos play-offs da Championship em duas passagens, mas saiu em novembro, quando a equipa estava em nono lugar, deixando o Luton num dilema. Rob Edwards, a última vítima da política de porta giratória do Watford, surgiu e o Luton não hesitou em dar ao homem que treinou os rivais um contrato de três anos e meio.
De volta após 31 anos
"Sejamos realistas ... se evitássemos qualquer pessoa com uma ligação aos nossos adversários, a nossa escolha seria um pouco mais limitada", disse na altura o diretor executivo do clube, Gary Sweet. O resto é história: o Luton terminou em terceiro lugar no Championship e qualificou-se para os play-offs depois de uma série invicta de 14 jogos.
Venceu o Sunderland nas meias-finais, depois de ter perdido o primeiro jogo, e derrotou o Coventry City nos penáltis, numa final de cortar os nervos, em Wembley, para regressar à primeira divisão ao fim de 31 anos.
"Pensámos que estávamos em apuros porque não fizemos grande coisa. Marcámos seis dos seis penáltis numa situação de grande pressão", disse Carlton Morris, o melhor marcador do Luton esta época.

Sobreviver na primeira divisão resultaria num ganho financeiro de 334 milhões de euros, de acordo com a Deloitte, mas Edwards mantém os pés no chão e diz que serão "sensatos".
"Não vamos fazer loucuras. Temos de jogar com os nossos pontos fortes. Temos consciência de que este será o maior desafio de todos os tempos. É a melhor liga, com os melhores técnicos e os melhores jogadores. Sabemos como vai ser difícil. Os adeptos já passaram por momentos difíceis. É ótimo podermos trazer-lhes sorrisos", afirmou Edwards.
Pelly-Ruddock Mpanzu já viu e viveu de tudo desde que entrou para o clube em 2014, treinando num campo para cães quando chegou, antes de o dinheiro chegar através de promoções e da construção de novas instalações. Com 367 jogos pelo Luton, o jogador de 29 anos é o primeiro a passar de um clube de escalões não profissionais para a Premier League.
"Estou farto do futebol, vou reformar-me este verão", brincou. "Foi uma jornada, com altos e baixos, mas é preciso acreditares em ti mesmo. Aqui estou eu, um jogador da Premier League", assumiu, mais a sério.
O Kenilworth Road será o estádio mais pequeno da Premier League, com capacidade para pouco mais de 10.300 pessoas - aceitável para quando jogavam na quinta divisão há uma década, mas não se tiverem de competir com as riquezas do topo do futebol inglês.
O clube vai gastar 10 milhões de euros em melhorias antes do início da nova época, em agosto, mas o campo aninhado entre casas geminadas tem o seu próprio encanto e pode até ser uma arma potente.
E agora... Vegas
Agora que o Luton está de volta ao público em geral, os jogadores preparam-se para jogar nos maiores estádios do país, mas o central Dan Potts disse que as viagens a Old Trafford e ao Emirates Stadium podem esperar.
"Vegas primeiro", disse, sorrindo. "Vamos aproveitar este momento primeiro e depois começará a preparação", explicou.