Recorde as principais incidências da partida
A maioria dos golos que nos deixam de queixo caído são marcados de longa distância. Pode ser um remate a trinta metros, após o qual a bola faz uma rotação milagrosa, mas também uma bomba a quarenta metros, que quase rasga a rede. Estes golos permanecem na nossa memória, mas o que têm em comum? Todos os fins-de-semana há muitos deles nos relvados de todo o mundo.
Um adepto de qualquer clube recordará, naturalmente, um golo marcado por um dos seus jogadores favoritos, e qualquer fã do futebol internacional recordará um jogador que marcou pelo seu país numa grande competição, mas houve milhares de golos destes na história do futebol. O remate de Garnacho, por outro lado, foi absolutamente único e isso faz com que se destaque de todos os outros.
Os adeptos do Manchester United, e mesmo de toda a Premier League, vão certamente comparar o golo do argentino com o de Wayne Rooney no famoso dérbi de Manchester de 2012. É claro que os golos foram semelhantes, mas mesmo assim ninguém se enganará.
Olhando de um ponto de vista técnico e sugerindo opiniões de especialistas, pode-se concluir que o golo do jovem de 19 anos foi mais difícil de executar. Isto porque, imediatamente antes do remate, já depois de um passe de Diogo Dalot, Garnacho teve de dar alguns passos para trás, de costas para a baliza, e só depois se preparou para o remate. O seu remate, aliás, veio de uma distância maior do que o do inglês.
"Acho que nunca vi um golo tão bonito com um pontapé de bicicleta. E lembremos que eu estava no estádio quando Wayne Rooney marcou contra o Manchester City", disse Gary Neville.
Faltou alguma coisa no lance? Certamente o drama, pois foi um golo aos três minutos, com os red devils a vencer por 1-0. Num mundo ideal, Garnacho teria provavelmente preferido marcar um golo destes perante os seus adeptos e não no estádio de outra equipa. Também faltou um pano de fundo cinematográfico, já que estamos a falar de um jogo "normal" da Premier League e não de uma final da Liga dos Campeões. No entanto, o que é que isso importa? É apenas o cenário e, do ponto de vista futebolístico, o argentino fez tudo na perfeição.
É um daqueles golos que, aos olhos de muitos adeptos, define uma carreira futebolística. Vemos Rooney e, à nossa frente, temos o seu remate no dérbi. Olivier Giroud vem à mente e imagina-se imediatamente o seu incrível golo de escorpião. De agora em diante, Garnacho estará indissociavelmente associado ao golo contra o Everton.
Será possível que no Mundial de 208, durante o jogo com a Argentina, um comentador de qualquer uma das emissoras mundiais mencione um golo de há 15 anos, marcado por Garnacho, que na altura tinha 19 anos? É possível. E essa é a melhor coisa desse golo.