Depois de uma carreira ilustre em que ganhou o Campeonato do Mundo com a Inglaterra e a Taça dos Campeões Europeus com o Manchester United, Bobby Charlton serviu o clube como diretor e embaixador. Continuou a ser uma figura proeminente em Old Trafford durante os 26 anos de reinado de Ferguson como treinador, que começou em 1986.

Num elogio escrito no programa do dia do jogo de domingo contra o Manchester City, Ferguson reflectiu sobre a sua nomeação e a "ligação pessoal" que tinha com Charlton.

"Os directores vieram encontrar-se comigo em Glasgow e perguntaram-me qual era a minha visão para o cargo. Eu disse que iria adotar a mesma abordagem que tinha tido no Aberdeen, procurando construir todo o clube, não apenas a equipa, e que o faria através do desenvolvimento de jovens jogadores. Quando estava a explicar isto, vi o Bobby a falar um dos outros directores e ele disse: 'é isso que queremos'. Ele tinha decidido. A partir desse momento, ele foi uma torre de força para mim."

Ferguson, o último treinador do United a vencer a Premier League, em 2013, descreveu Charlton como "o maior jogador inglês de todos os tempos".

"As pessoas adoravam-no por causa de todos aqueles golos estrondosos, mas era mais do que isso", disse: "O meu pai costumava dizer que a humildade no sucesso é um sinal de grandeza, e Bobby era assim. Ele nunca se vangloriava das suas próprias conquistas, eram sempre sobre a equipa e o clube."

A morte de Charlton ocorreu pouco depois da morte da mulher de Ferguson, Cathy.

"As minhas condolências a Lady Norma (Charlton), que esteve sempre ao lado de Bobby, especialmente quando a sua saúde piorou, e os meus pensamentos têm estado com toda a família nos últimos dias. Infelizmente, também sofri a dolorosa perda da minha querida mulher, Cathy, este mês, e quero agradecer ao clube, aos adeptos e a todos os que me enviaram as suas condolências."