Esta época, as competições de todo o mundo receberam ordens para calcular com maior precisão o tempo perdido nas interrupções durante o jogo, incluindo os festejos de golos e controlos do VAR.

O International Board (IFAB), organismos que rege as regras do futebol, afirmou em março que a abordagem ao cálculo do tempo adicional foi "recebida de forma positiva" depois de ser testada pela primeira vez no Campeonato do Mundo no Catar, no ano passado, e que seria implementada em todo o mundo.

Ainda este domingo, o Arsenal empatou no 11.º dos 13 minutos de compensação no final da Supertaça inglesa (Community Shield) contra o Manchester City e acabou por vencer no desempate por grandes penalidades.

O treinador do Manchester City, Pep Guardiola, criticou a medida, afirmando que esta colocava os jogadores sob pressão, ao mesmo tempo que ironizou sobre os "grandes cérebros que decidem estas coisas". Guardiola recebeu apoio do outro clube mancuniano, com Raphael Varane a dizer que os jogadores não estavam a ser ouvidos.

"Há muitos anos que os dirigentes e jogadores falam sobre as suas preocupações: há demasiados jogos, o calendário está sobrecarregado e é perigoso para o bem-estar físico e mental dos jogadores", publicou o francês nas redes sociais.

"Apesar dos nossos comentários anteriores, eles recomendaram agora para a próxima temporada: jogos mais longos, mais intensidade e menos emoção demonstrada pelos jogadores. Só queremos estar em boas condições em campo para dar 100% ao nosso clube e aos nossos adeptos. Porque é que as nossas opiniões não são ouvidas?", questionou.

Varane retirou-se do futebol internacional aos 29 anos no início deste ano, comparando o cansaço do futebol de alta competição ao ciclo de uma máquina de lavar roupa.

As novas orientações sobre o tempo adicional foram introduzidas para combater o desperdício de tempo e aumentar o tempo útil de jogo.

No entanto, o impacto do tempo adicional sobre os jogadores durante um período prolongado já foi destacado pelo sindicato mundial dos jogadores FIFPRO, que informou no início deste ano que as alterações equivaleriam a três jogos adicionais por época para os jogadores com as cargas de trabalho mais elevadas.