Na altura, Willian e a família receberam ameaças de adeptos e acabaram por optar deixar o Brasil. O destino, mais uma vez, foi Inglaterra, país onde construiu grande parte da sua carreira no futebol.
Em entrevista à PL Brasil, Willian, médio do Fulham, de Marco Silva e João Palhinha, destacou a pressão desumana que os jogadores sofrem no Brasil.
"É um assunto complicado porque quando criticas o jogador, dizes que não jogou bem, isso acontece. O jogador não é uma máquina, também vai ter dias bons e maus. Só que às vezes os adeptos não aceitam os dias maus. O que eu vejo no Brasil é uma pressão às vezes desumana, que leva para a base da violência, ameaça à família, aos filhos… quando toca nessa parte, para mim, já muda. Tenho que preservar a minha família, é o meu bem mais precioso", afirmou o atleta.
Logo de seguida, Willian apontou que não deseja regressar ao Brasil. Para ele, é preferível encerrar a carreira nos Estados Unidos do que voltar ao país de origem.
"Eu não quero voltar para o Brasil, nunca mais. Eu já tinha esse pensamento desde antes do Corinthians. Acabou por acontecer uma situação de voltar ao clube onde comecei porque eu quis e o Corinthians também, mas já pensava em continuar até o fim na Europa. E agora eu pretendo encerrar aqui fora, seja na Europa, nos Estados Unidos ou outro lugar. Se puder ser em Inglaterra, seria perfeito. Pretendo jogar mais quatro ou cinco anos. Mas nós nunca sabemos porque o futebol muda bastante", explicou.
Corinthians: regresso por gratidão
Willian destacou o respeito que tem pelo Corinthians e lamentou que uma minoria tenha afetado a possibilidade de defender a camisola do clube que o lançou para o mundo do futebol. A família sofreu ameaças nas redes sociais.
"Tenho um respeito muito grande pelo Corinthians, é o clube onde fui revelado e criado. Mas não construí a minha carreira profissional no Corinthians, então não posso dizer que tenho algum tipo de vínculo… não sei se essa é a palavra, mas algum tipo de história no Corinthians como profissional. Sou grato pelo clube, fiz lá a formação, mas saí muito novo. O meu regresso em 2021 foi em forma de gratidão. Sei que alguns adeptos não entenderam a minha saída, disseram que eu estava com frescura", acrescentou.
"Eles também só entendem o que quiserem, não tenho como agradar a todos. É um clube gigante com muitos adeptos e o que passei foi com a minoria. Mas, ao mesmo tempo, foi uma minoria que causou um impacto emocional grande para a minha família e pessoas próximas. O que fica é o respeito pela entidade que é o Corinthians", finalizou o jogador do Fulham.