Hašek foi nomeado treinador da seleção nacional há uma semana. Jaroslav Köstl, cujo irmão Daniel joga no Bohemians, também ocupa o cargo de adjunto ao lado de Veselý. "Ser membro da equipa técnica da seleção nacional e ter a oportunidade de ir ao Campeonato da Europa é, sem dúvida, uma grande honra para mim. Encaro-a sobretudo como uma avaliação do trabalho desenvolvido aqui na Bohemians, por todos nós, especialmente pelos jogadores, que são quem mais contribui para esse trabalho. A mesma contribuição é dada pela minha equipa de execução", afirmou Veselý.

"Espero que isto não afecte em nada o trabalho em Bohemka. Na primavera, estarei ausente apenas numa reunião em março, o que equivale a sete ou oito dias. Acredito que temos uma equipa de técnica suficientemente boa para que possam lidar bem com a situação. Manter-nos-emos em contacto. O outro evento em que a minha presença é necessária é o estágio pré-Euro, quando a liga já acabou e temos um período livre, e depois o Europeu", disse Vesely, de 46 anos.

A sua ausência do Bohemians durante o campeonato na Alemanha dependerá do sucesso dos checos. "De momento, parece que vou faltar sete a 10 dias no início da pré-época. Veremos, dependendo do resultado. Gostaria que fosse o mais longo possível. Já temos uma ideia de como vamos lidar com isso", disse Vesely, que trabalhou com Hašek nos Emirados Árabes Unidos.

Enquanto Hašek tem um contrato até ao final da qualificação para o Campeonato do Mundo, ou seja, até novembro do próximo ano, com opção para a fase de apuramento ou para a fase final, Veselý tem apenas meio ano. "Uma das minhas condições era não querer um contrato de longa duração. Queria seis meses porque não sei o que me espera. Quero ser eu a avaliar a situação para ver se é possível geri-la desta forma depois do Euro", explicou.

O jogador disse ainda que os adeptos dos cangurus não precisam de se preocupar. "Uma das opções era se eu não quisesse ir para a seleção nacional a tempo inteiro e deixar o Bohemians. Rejeitei imediatamente essa opção, embora eu e o Ivan tenhamos uma amizade humana e profissional. Neste momento, não podia imaginar isso, porque sinto que dividimos o trabalho aqui e ainda acredito que não dissemos a última palavra", atirou Veselý, que vai dirigir a equipa de Praga a partir de março de 2022.

Bohemians não vai ficar de fora

"Também continuo a acreditar que, por vezes, podemos ultrapassar o que fizemos aqui. Não sei se será nesta época ou na próxima. Se eu sentisse que não tinha nada para dar aqui e que a equipa não tinha para onde ir, talvez pensasse nisso", disses Veselý. Sob o seu comando, o Bohemians terminou num inesperado quarto lugar na época passada e disputou a sua primeira competição europeia  em 36 anos. Na presente época, a equipa vai passar o inverno em nono lugar.

"Não tenham medo que eu esteja a ignorar o Bohemians e a colocá-lo de lado. Nunca será assim. Já estou a dizer que tenho clube no meu coração para sempre. Neste momento, não me interessa mais nada para além do Bohemians, que está sempre em primeiro lugar. Quando for para a seleção nacional, é lógico que vou trabalhar a 100% para a associação. Mas penso que é possível conciliar e gerir a equipa nestes períodos", afirmou.