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Treinador de equipa feminina em Espanha investigado por insultar e humilhar jogadoras

Randri, no jogo Barça-Alhama
Randri, no jogo Barça-AlhamaProfimedia

A FUTPRO, associação que defende os direitos das mulheres futebolistas em Espanha, tem provas do que aconteceu e exige que Randri García, treinador do Alhama, da primeira divisão de futebol feminino espanhola, seja afastado "provisória e imediatamente".

Estes não são tempos tranquilos para Alhama ElPozo, e não tem a ver com a situação desportiva, que é agora a menor das preocupações do clube. A equipa de Múrcia ocupa a penúltima posição na Liga F e soma apenas 18 pontos, dois atrás de Villarreal, Levante Las Planas, Real Betis e Sporting de Huelva, todos eles nos lugares de descida. Ganhou apenas um dos seus últimos seis jogos e por isso estão em situação delicada.

Se o clube é notícia agora, não é precisamente devido ao bom ou mau desempenho em campo, mas por causa de tudo o que afeta a figura do seu treinador e das jogadoras. Como relatado pelo Mundo Deportivo, o treinador proferiu insultos em relação à orientação física e sexual, além de ter enviado uma fotografia de conteúdo erótico através do grupo Whatsapp, onde existe uma menor. De acordo com o meio de comunicação acima mencionado, entrou no balneário sem aviso prévio em numerosas ocasiões.

A FUTPRO informou que "já foram apresentadas várias queixas à Inspecção do Trabalho, Federação Espanhola de Futebl (RFEF) e Conselho Superior do Desporto (CSD)". Este sindicato, que obviamente "condena qualquer tipo de conduta que viole os direitos das futebolistas femininas", assegura que contatou Alhama quando teve conhecimento dos factos para que pudessem ativar "o protocolo do Acordo Coletivo".

A organização considera estas ações como "inaceitáveis", apesar de o clube negar a existência de "qualquer incidente grave".

Comunicado completo do clube

O Alhama Club de Fútbol nega a existência de qualquer incidente grave em relação às suas jogadores, informando da mesma forma que todas as queixas recebidas até à data foram tratadas, de acordo com a legislação em vigor, sem que qualquer queixa por insultos, assédio ou qualquer comportamento semelhante tenha sido notificado até à data.

Da nossa entidade, com uma longa e brilhante história no futebol feminino, que partilha plenamente os valores que presidem à Liga F de Futebol Feminino Profissional, tendo-se comprometido inquestionavelmente com a promoção do futebol feminino e com o seu crescimento. Desejamos salientar que atuaremos sempre de forma proactiva para defender tanto as nossas jogadoras como qualquer empregado de comportamentos que possam ser considerados inadequados ou impróprios, através dos procedimentos relevantes previstos e estipulados pelas normas laborais e regulamentares.

Em relação aos factos publicados sobre a alegada divulgação de uma fotografia, advertimos que muitas das informações publicadas não são verdadeiras e que, a este respeito, o Alhama Football Club iniciou há vários dias uma investigação interna sobre os factos e que o protocolo está a ser seguido de acordo com o Acordo Colectivo de Negociação para o futebol feminino. Um dos requisitos é precisamente que a investigação seja conduzida de forma confidencial para proteger os direitos de todas as pessoas afetadas, pelo que pedimos o maior respeito pela investigação, cujas conclusões serão oportunamente comunicadas aos interessados.

Entretanto, pedimos o máximo respeito por todo o plantel e pela entidade, no interesse de alcançar os objectivos desportivos nesta fase final e decisiva da época, agradecendo a todos os nossos adeptos, ao plantel e a todos os nossos patrocinadores pelo seu inestimável empenho no desporto feminino e na efectiva igualdade das mulheres.