O Ministério Público italiano solicitou uma suspensão de quatro anos para o campeão mundial de 2018, depois de ter testado positivo para testosterona em agosto passado. Mas os dias em que Paul Pogba era o brinde do futebol francês parecem ter desaparecido há muito tempo.
Foi com isso em mente que o jogador natural de Lagny-sur-Marne regressou à Juventus no ano passado. Mas e desde então? Apenas 12 jogos, nenhum golo e uma assistência na Liga Europa, na primeira mão da meia-final contra o Sevilha, no golo marcado por Federico Gatti (1-1). Apenas uma semana depois, para o jogo da segunda mão, no Sanchez-Pizjuan, já estava indisponível devido a uma lesão no tendão.
Foi um episódio que marcou a segunda passagem de La Pioche pela Juve, numa altura em que poderia ter feito parte de um triunfo europeu que se adivinhava retumbante, uma vez que a Velha Senhora não ganhava um título continental desde 1999 - se contarmos com a Taça Intertoto.
Um final (muito) infeliz
Em 2022/2023, Pogba sofreu cinco lesões: menisco (seguido de cirurgia), coxa, virilha, abdutor e tendão. Estes percalços fizeram-no ficar de fora de 53 jogos pelo seu clube. É uma história infeliz, que lembra a de outros talentos franceses que tiveram as suas carreiras prejudicadas por lesões.
E não pára por aí, pois neste verão Pogba não pôde realizar um programa de treino normal, depois sofreu uma recaída devido à fadiga muscular no início de setembro, que o manteve longe dos relvados durante um mês. Assim, só participou em dois jogos, contra o Bolonha, a 27 de agosto, e o Empoli, a 3 de setembro.
Até então, poder-se-ia pensar que a culpa não era dele e que se tratava apenas das provações e tribulações do futebol de alta competição, depois de uma certa idade. Mas depois rebentou o escândalo do doping e as coisas mudaram. Pogba é, portanto, responsável pelo fim da sua carreira perdida. Tinha potencial para fazer boas épocas na Juve, mas não vai poder fazê-lo.
Provavelmente suspenso por alguns anos, quando o veredito for proferido nas próximas semanas, o internacional francês com 91 jogos pela seleção não deverá voltar a sentir o gosto do futebol de alta competição.
Com apenas 30 anos, ainda tem muito para oferecer ao seu desporto, à Itália e à Serie A, e mesmo à seleção francesa, com o Europeu à porta.
"Espero, para o bem dele, que possa voltar a sorrir, recuperar a sua plena forma física e voltar a entrar em campo", disse Didier Deschamps em outubro. Mas é muito provável que as coisas tenham começado mal.