Reportagem Flashscore: Funeral de Silvio Berlusconi juntou mais de dez mil pessoas

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Reportagem Flashscore: Funeral de Silvio Berlusconi juntou mais de dez mil pessoas

O caixão de Silvio Berlusconi no pórtico do Duomo
O caixão de Silvio Berlusconi no pórtico do DuomoProfimedia
Silvio Berlusconi, antigo primeiro-ministro italiano, além de presidente do AC Milan, teve esta quarta-feira um funeral de Estado, em Itália. A Piazza Duomo encheu-se, com mais de 10.000 pessoas que quiseram prestar a sua homenagem ao fundador da Mediaset. Eram muitos os adeptos do AC Milan, muitos deles vindos de longe. Estavam também presentes muitas personalidades do desporto e do futebol que fizeram a grandeza do clube rossoneri.

Pessoas de todo o país estiveram no Duomo, algumas de Biella, outras do sul de Itália e até das ilhas. Como Alessandro, um fotógrafo da Sardenha que trabalhou para o Monza ao longo dos anos e conheceu Silvio Berlusconi pessoalmente.

"Precisamos de muitas pessoas criativas como ele. Teve a ideia maravilhosa de fazer infra-estruturas, de modernizar os caminhos-de-ferro e as cidades. Mas não o permitiram, caso contrário ele teria governado durante mais 30 anos", recordou ao Flashscore.

Muitos turistas também estavam presentes, intrigados com a multidão e as câmaras. A praça estava dividida em duas. Antes do recinto de imprensa, foram colocados dois grandes ecrãs, à esquerda e à direita do Duomo.

Dois outros mais pequenos, também nos lados da praça, estavam colocados em duas carrinhas.

"Berlusconi vai ficar na história", disse um cidadão de Brianza. "Ele encarnou o sonho italiano", acrescentou Marco, de Bergamo.

Logo de manhã, a Piazza Duomo começa a encher-se de espectadores e apoiantes de Silvio Berlusconi, que aguardavam o funeral marcado para as 16:00. Eram muitos os adeptos do AC Milan, muitos deles vindos de fora de Milão.

"Um presidente como ele? Vamos lá ver de volta a acontecer", comentou um senhor coberto de bandeiras rossoneri. "Comecei com o Rivera para ir ao estádio, experimentei a Serie B. Hoje muita coisa mudou", lembrou.

Catedral de Milão
Catedral de MilãoPRofimedia

À medida que a hora avançacava, continuavam a chegar coroas de flores para Silvio Berlusconi na Piazza Duomo, como as entregues pelo Milan Club Paris, pelo presidente da Serie B Mauro Balata, pela família Ghedini e pela AS Roma. As flores chegaram também da apresentadora de televisão Belen Rodriguez, do Presidente do Senado Ignazio La Russa, de Lapo Elkann e da sua mulher Joana Lemos, do Presidente da Câmara de Nápoles, Gaetano Manfredi, da RAI e dos residentes de Milano 2.

"Pensámos que ele era imortal. Agora, basicamente, fica a memória do privado, o público todos nós conhecemos. Foi um vencedor em tudo o que tocou e em todos os aspetos. Mas o mais bonito é que dentro de nós existe esse privado que não pertence a toda a gente e isso é fantástico. Levá-lo-emos no nosso coração", recordou Giovanni Stroppa, antigo treinador do Monza, que levou os biancorossi à Série A pela primeira vez.

Não só no Duomo, mas também em Arcore, em frente à Villa San Martino, a residência de Silvio Berlusconi, juntavam-se milhares de pessoas.

Pouco depois das 13 horas, já com as presenças do presidente do Inter, Steven Zhang, e o administrador do clube nerazzurri , Giuseppe Marotta, bem como do presidente do Nápoles, Aurelio De Laurentiis, e do presidente da Lazio, Claudio Lotito, o caixão de Silvio Berlusconi deixou Arcore para se dirigir à Catedral de Milão, onde teve lugar o funeral.

Uma delegação da equipa de Monza, liderada pelo treinador Raffaele Palladino, já aguardava também no interior da Catedral de Milão.

Uma breve passagem pela multidão mostrava-nos muitas as personalidades que enriqueceram a história do AC Milan, como Fabio Capello, Zvonimir Boban, Massimiliano Allegri, Demetrio Albertini, Arrigo Sacchi, o antigo diretor-geral dos rossoneri, Ariedo Braida, e o histórico capitão Franco Baresi.

Catedral de Milão
Catedral de MilãoProfimedia

"Hoje é o dia de silêncio" foram as únicas palavras proferidas por Baresi.

Ainda não eram 14 horas quando o caixão de Silvio Berlusconi chegou à catedral, acolhido pelos aplausos das pessoas presentes na praça em frente à catedral. O Presidente da República, Sergio Mattarella, também chegou à catedral. O Chefe de Estado entrou na igreja acompanhado pelo Presidente da Câmara de Milão Sala e pelo Governador da Lombardia Fontana.

O caixão de Berlusconi à entrada da Catedral de Milão
O caixão de Berlusconi à entrada da Catedral de MilãoProfimedia

O caixão de Silvio Berlusconi entrou na Catedral de Milão pela entrada principal, acompanhado pela guarda de honra dos Carabinieri. O caixão foi também recebido no exterior pelos cânticos dos adeptos milaneses: "Só há um Presidente". No interior da igreja, um longo aplauso dos presentes.

Apesar de já não ser presidente do AC Milan há vários anos, Silvio Berlusconi "continuará a ser sempre o presidente para nós", afirmou Giancarlo Capelli, mais conhecido por Barão, membro histórico da direção da Curva Sul de Milão.

Ontem, em Arcore, todos os adeptos da curva fizeram uma procissão silenciosa que terminou com a entrega de uma coroa de rosas em frente ao portão da Villa San Martino. Hoje foram eles que encheram e coloriram a Piazza Duomo com dezenas de bandeiras com a inscrição "enquanto eu viver", que é o slogan da Curva Sud.

"Hoje somos pelo menos 500", disse "o barão", ladeado por Nuccia Malvestiti, que representa todos os clubes de Milão em Itália. De todos os rossoneri um pedido: "Dêem o seu nome ao novo estádio".

"Um grande homem do desporto", foi assim que o presidente do Coni, Giovanni Malagò, recordou Silvio Berlusconi à chegada à Catedral para o funeral.

"Conseguiu fazer o que mais ninguém fez e foi generoso com os outros desportos, patrocinando tantos eventos", acrescentou.

Com um longo aplauso, dentro e fora do Duomo, a celebração, que durou cerca de uma hora, terminou depois de ter sido tocado o Silêncio.

O caixão de Silvio Berlusconi regressou à Villa San Martino, em Arcore, na província de Monza. O carro funerário foi recebido com aplausos pelos presentes. O antigo primeiro-ministro foi mais tarde cremado em Panta Rei, em Valenza Po, como aconteceu com os seus pais, Rosa e Luigi, e a sua irmã Maria Antonietta, cujas urnas estão agora guardadas na capela da Villa San Martino.