Em primeiro lugar, a compactação, o meio-campo e o excelente trio de atacantes. O Inter de Inzaghi caracteriza-se por um estilo de jogo pragmático, que combina estabilidade defensiva com contra-ataques rápidos e precisos. Uma parte fundamental da sua filosofia é a simplicidade e a disciplina defensiva. Os jogadores do Inter estão muito bem organizados numa formação 3-5-2, que lhes permite controlar o meio-campo, com Džeko a defender bem metade esquerda, a partir da sua posição de extremo direito.
Esta compactação é complementada por um trio de meio-campo ativo, que normalmente atua de forma muito agressiva. Na imagem, podemos ver o posicionamento do guarda-redesquando o Inter é espremido num espaço extremamente reduzido, não deixando qualquer hipótese para o adversário ganhar calmamente a bola a partir do ressalto.
A jogar
No meio-campo, o Inter está numa formação de 3-4-3, com Acerbi a deslocar-se para o meio-campo, Dimarco e Dumfries a permanecerem afastados e o objetivo é atrair a pressão adversária para Bastoni com a bola nos pés após uma série de passes entre os defesas e o guarda-redes. Uma solução possível é então um passe rápido para Romelu Lukaku, que imediatamente após o primeiro passe passa a bola a Lautaro Martínez e depois passa por trás da defesa adversária para receber o passe do argentino.
O primeiro minuto do último jogo da liga contra a Atalanta é um bom exemplo deste tipo de jogada. E essa ação terminou com um golo de Lukaku.
Algo semelhante é praticado na Premier League pelo treinador do Brighton, Roberto De Zerbi. Em vez de Calhanoglu, podemos imaginar Kaoru Mitoma pronto a correr para o meio do campo.
A defender
O Inter teve o melhor ataque da Serie A, de acordo com a métrica dos golos esperados, que tem em conta a qualidade das oportunidades de remate criadas. De acordo com esta métrica, deveria ter marcado 62 golos durante a época e, assim, de um ponto de vista analítico, ultrapassou até o ataque do campeão Nápoles (55 golos esperados), que esta época atirou tudo o que tocou para a baliza adversária. No entanto, a conquista do título do Nápoles foi construída, em grande parte, por uma defesa impenetrável.
A atacar
No último terço, o Inter beneficiou particularmente do excelente desempenho de todos os três avançados que têm rodado na equipa titular ao longo da época - Edin Džeko, Lautaro Martínez e Romelu Lukaku. Apenas Victor Osimhen tem sido um jogador mais perigoso na baliza adversária esta época do que o veloz Martínez.
Enquanto o argentino serve principalmente para marcar golos no Inter graças à sua grande movimentação na área, Džeko e Lukaku são fundamentais para receber bolas longas no meio-campo. Numa métrica que mede os espaços perigosos em que são capazes de receber os passes dos colegas de equipa, estão entre os líderes absolutos da Serie A, juntamente com Osimhen, Giroud e Hojlund.
