Song, O Imortal, sabe como vencer a Nigéria: "Já fui dado como morto e estou aqui"

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Song, O Imortal, sabe como vencer a Nigéria: "Já fui dado como morto e estou aqui"

Rigobert Song em treino esta semana.
Rigobert Song em treino esta semana.ISSOUF SANOGO/AFP
A auréola de Rigobert Song está a desfazer-se e as suas qualidades como treinador dos Camarões estão a ser questionadas, mas a lenda que já escapou a um AVC tem sempre uma vitória milagrosa na manga, um bom presságio antes do jogo dos oitavos de final contra a Nigéria, que já derrotou.

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Capitão em 2000, converteu o último penálti na final contra as Super Águias, apesar das vaias no Estádio Nacional de Lagos. Foi um verdadeiro pesadelo para a Nigéria, que foi derrotada quando o remate de Victor Ikpeba parecia ter ultrapassado a linha.

Mas a pressão é uma companheira de longa data de Rigo. " Sou uma pessoa especial, não entro em pânico, não me stresso", disse após a vitória por 3-2 sobre a Gâmbia, que vencia por 2-1 aos 87 minutos...

Desde que assumiu o cargo de treinador, tem sido alvo de críticas, tendo um jornalista camaronês chegado a perguntar-lhe se se sentia "à altura do cargo".

As suas escolhas são por vezes desconcertantes. A sua equipa foi inofensiva no primeiro jogo do Mundial de 2022, contra a Suíça (1-0), e chegou à Costa do Marfim sem o melhor atacante, Eric Maxim Choupo-Moting, que já não joga muito no Bayern de Munique.

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Um milagre em formação

Outro exemplo: na primeira partida da Taça Africana das Nações contra a Guiné (1-1), Song escolheu um extremo, Karl Toko-Ekambi, na frente e um avançado, Franck Magri, no flanco. "Escuto, compreendo as críticas, sei o que tenho de fazer, mantenho-me calmo", responde Song com serenidade.

"Os camaroneses não querem entender que temos uma nova geração de jogadores. Estamos a  reconstruir-nos", concluiu.

Mas há sempre um milagre a aparecer, como aconteceu contra a Gâmbia. Contra a Sérvia, que liderava por 3-1 no Mundial-2022, a sua equipa recuperou o 3- 3 e, num contra-ataque no final do jogo, conseguiu uma vitória histórica sobre um Brasil dominante (1-0), graças a um cabeceamento de Vincent Aboubakar, o seu avançado favorito que finalmente recuperou e está pronto para jogar contra a Nigéria.

A própria carreira de Song como treinador começou com um milagre: uma qualificação no último segundo para o Mundial, na Argélia (0-1/2-1 após prolongamento). Foi o seu segundo jogo no banco de suplentes. O golo de Toko Ekambi em Blida, no final do prolongamento, quando a Argélia tinha acabado de marcar, recordou o incrível sentimento de vitória dos Camarões, que Song encarnou na perfeição como jogador.

"O Rigo é como a estátua do Comandante", disse à AFP o seu adjunto francês, Sébastien Migné. "Nos Camarões, ele é o Imortal depois do que lhe aconteceu".

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"Comi a pedra"

Quando, em 2016, um acidente vascular cerebral (AVC) quase derrubou o Grande "Manyan" (que significa "irmão" em Bassa, a sua língua materna), um país inteiro reuniu-se em oração e a fénix ressuscitou.

"Já fui dado como morto e estou vivo, estou aqui", disse o treinador, referindo-se a este episódio antes do jogo decisivo contra a Gâmbia.

No entanto, levantou dúvidas entre os adeptos, quer como tático quer como treinador, com o estranho episódio de André Onana, o guarda-redes que foi autorizado a chegar tarde e só foi titular no segundo jogo, que perdeu com o Senegal (3-1).

Mas Song continua a encarnar o espírito de luta dos Camarões. O antigo defesa contou ao site camlions.com que a sua vontade de vencer vem de uma infância difícil, pois ficou órfão de pai quando tinha apenas alguns meses de idade. "Comi a pedra", imaginou. Depois, ganhou medalhas de ouro, nomeadamente em 2000 contra a Nigéria.

E por falar em superstição, o estádio Houphouët-Boigny é precisamente aquele onde os Leões Indomáveis conquistaram o seu primeiro título de campeão africano. Song tinha sete anos e foi contra... a Nigéria.