Detalhes sobre a convivência das jogadoras da seleção espanhola com o técnico Jorge Vilda, atualmente na seleção de Marrocos, já tinham aparecido na imprensa antes, mas não de forma tão clara por parte das jogadoras.
Hermoso foi a protagonista do escândalo que envolveu Luis Rubiales, então presidente da Federação Espanhola de Futebol, na cerimónia de atribuição do Mundial feminino em 2023.
Rubiales deu um beijo à jogadora no momento da atribuição das medalhas, incidente que desencadeou uma série de protestos contra o dirigente e também contra a própria RFEF.
Hermoso, agora no México, contou algumas das situações com as quias as atletas eram obrigadas a conviver: "Quando íamos dormir, tínhamos de deixar a porta aberta e esperar que Vilda entrasse à noite para conversar connosco", explicou-
"Íamos às compras, ele esperava por nós e perguntava o que tínhamos nos sacos", acrescentou a jogadora, que denunciou a falta de privacidade durante os estágios da seleção espanhola.
Vilda chegou à equipa feminina de Espanha em 2015, como substituto de Ignacio Quereda e permaneceu no cargo até 2023, pouco depois de a Espanha vencer o Mundial na Austrália e na Nova Zelândia.
Coragem ao invés de benefícios
Hermoso falou sobre o que a motivou a falar sobre todas as situações que a incomodavam a ela e às suas companheiras de seleção.
"Se eu tivesse feito um vídeo a dizer que nada havia acontecido, eu poderia ter tido algumas vantagens fora do campos, mas eu senti a coragem, a força e, acima de tudo, sabia que estava a fazer algo que, para mim, era a coisa certa a fazer. Foi a única coisa que prevaleceu naquele momento", conta.