Há poucos jogadores que se possam gabar de uma exibição tão dominante num só Campeonato do Mundo como Just Fontaine. Um dos convocados de França para o Mundial-1958, o avançado conseguiu 13 golos na edição que se disputou na Suécia. Ainda assim, não foi o suficiente para fazer a festa, já que os gauleses sucumbiram nas meias-finais perante um Brasil (2-5) que tinha um tal de Pelé que faz um hat-trick nessa partida.
Esta marca fez dele o melhor marcador de sempre da história dos Mundiais até 1974, quando Gerd Muller chegou ao 14.º golo nessa edição do Mundial. Desde então, já foi ultrapassado por Ronaldo (15) e Miroslav Klose (16), sendo que todos eles precisaram de pelo menos dois Campeonatos do Mundo para ultrapassar o então recorde. De resto, quem esteve mais perto de igualar este feito foi mesmo o bombardeiro alemão, com 10 golos marcados na edição de 1970.
Descrito como um finalizado nato, com um recorte fino e a capacidade de jogar com os dois pés, Just Fontaine é um dos nomes maiores do futebol francês. E, à semelhança de tantos outros, não nasceu no atual território de França. Filho de mãe espanhola e pai gaulês, o futuro avançado nasceu em Marraquexe, no ano de 1933, numa altura em que Marrocos ainda se encontrava sob administração de Paris.
Começou a jogar no Casablanca e rumou ao futebol francês em 1953 quando se mudou para o Nice. Voltaria a Marrocos 25 anos depois para comandar a seleção magrebina entre 1978 e 1981, mas sem grande sucesso. O melhor que os Leões do Atlas conseguiram nessa altura foi um pódio no Campeonato Africano das Nações de 1980, na Nigéria, mas um acidente rodoviário em Meknes, impediu-o de estar no torneio e a equipa foi comandada por Mohamed Jabrane e Hamadi Hamidouch.
Esta quarta-feira vai ver as duas pátrias digladiarem-se por um lugar na final do Mundial-2022.