Reveja as incidências do encontro
No primeiro jogo oficial de sempre entre Espanha e Costa Rica, Luis Enrique surpreendeu e apostou em Rodri no centro da defesa, ao lado de Laporte, procurando rotinar a linha defensiva com dois elementos que atuam na mesma equipa. No meio campo registou-se a mesma nuance, com Busquets, Pedri e Gavi - o mais jovem dempre a jogar por la roja num Mundial - a atuarem em conjunto, no apoio Olmo, Ferran Torres e Asensio, o novo 9 de nuestros hermanos.
Do lado da formação americana, esperava-se que o técnico Luis Fernando Suárez apostasse numa linha de cinco defesas, mas a equipa da Costa Rica começou arrumada em 4-4-2, com Campbell, ex-jogador do Sporting e Contreras na frente de ataque.
A Espanha entrou dominante na partida e, nos primeiros cinco minutos, Ferran Torres e Dani Olmo criaram as primeiras ameaças. Depois, foi a vez de Pedri e Asensio testarem Navas, antes da rede balançar pela primeira vez: o ataque móvel espanhol desmontou autenticamente a defensiva costarriquenha, com Gavi a picar para Dani Olmo receber, atirar e marcar o centésimo golo da Espanha num Campeonato do Mundo.
Com uma equipa a jogar e a outra a ver jogar - note-se que, por esta altura, a Espanha tinha 80% de posse de bola -, o segundo golo apareceu, com alguma naturalidade, pouco tempo depois: grande passe de Busquets para o corredor esquerdo, Jordi Alba recebeu e cruzou para a área, onde Asensio apareceu a rematar cruzado para o fundo da baliza.
A Costa Rica continuava sem conseguir passar do meio campo e a Espanha era dona e senhor do jogo. Em cima da meia-hora de jogo, Óscar Duarte pontapeou Alba dentro da área e, na cobrança da grande penalidade, Ferran Torres fez a "paradinha", enganou Navas e aumentou a contagem, numa fase precoce do jogo.
Na história dos Campeonatos do Mundo, esta foi a primeira vez que a Espanha chegou aos 30 minutos de jogo com três golos de vantagem. Segundo o playmakerstats, desde a Hungria no México-1986 que este feito não acontecia. Estatísticas à parte, a toada ofensiva espanhola mantinha-se e os tempos de compensação excessivos também: mais cinco minutos, numa primeira parte que, em abono da verdade, praticamente não teve paragens de jogo.
Ainda antes do intervalo, Pedri serviu Asensio, mas Óscar Duarte impediu o quarto com um corte decisivo. Pouco depois, o árbitro Mohammed Abdulla Hassan apitou para o regresso aos balneários, terminando uma primeira parte em que a Espanha dominou totalmente a partida e a Costa Rica teve muitas dificuldades em conseguir impor e demonstrar o seu jogo. Em jeito de brincadeira, Pedri acertou mais passes (69) que toda a equipa costarriquenha (60).
No regresso ao relvado, Suárez transfigurou a sua linha defensiva e colocou o central Kendall Waston no lugar do lateral-direito Carlos Martínez. O efeito não foi imediato e a Espanha voltou a dispor de uma oportunidade de golo nos minutos iniciais, por intermédio de Asensio (48 minutos). Seis minutos depois, la roja fez o quis na direita do seu ataque, Gavi passou para Ferran Torres, o avançado aproveitou a lentidão da defensiva adversária (e de Navas) e atirou para o quarto golo.
A partir daí, Luis Enrique começou a gerir a sua equipa e colocou Soler e Morata em campo, numa primeira instância, e Baldé e Koke, num segundo momento, ou não fosse defrontar a Alemanha dentro de quatro dias, no próximo domingo. Já em ritmo de gestão e com Nico Williams - o último a entrar - em campo, Morata apareceu isolado, mas sem ângulo, fugiu de Navas e cruzou para a entrada da área, onde apareceu Gavi a rematar de primeira, com a parte exterior do pé, para o fundo das redes, tornando-se, também, no espanhol mais jovem a marcar num Mundial e o mais novo de sempre depois de... Pelé.
Já na reta final da partida, Keylor Navas fez a sua primeira defesa, a remate do perdulário Morata. A Espanha continuou a dominar a partida e à procura de golos, que voltaram a aparecer: em cima do minuto 90, Williams desmarcou-se na direita, cruzou, Navas falhou e o seu colega de equipa, Carlos Soler, fez o sexto. No segundo de oito(!) minutos de compensação, Morata combinou com Olmo e atirou rasteiro, de pé esquerdo, para o 7-0 final.
Flashscore Homem do jogo: Ferran Torres (Espanha)