Mais de um mês depois de ter conquistado o Campeonato do Mundo no Catar, Lionel Messi foi convidado pelo Olé a reviver alguns dos momentos principais da caminhada histórica no Catar. Um triunfo que começou com um choque, ao ver a Arábia Saudita bater o pé à futura campeã mundial.
“Nós tínhamos confiança nas nossas capacidades, mesmo depois da derrota com a Arábia Saudita. Obviamente que o jogo não correu como esperávamos e não é fácil começar a perder, ficas logo a depender de outros. Parecia que já não tínhamos hipótese, mas aí se mostrou a força do grupo, que cresceu com a vitória frente ao México. Estávamos todos com medo de que as coisas não corressem bem nesse jogo, e isso percebeu-se pela forma como jogámos. Ao intervalo disse-lhes para se esquecer da pressão e jogar como tínhamos vindo a fazer nos outros 35 jogos (sequência sem perder). Mas conseguimos e percebemos que o perder com a Arábia Saudita foi uma casualidade”, assegurou.
Avançando sete jogos em diante, a final diante da França foi vista por Messi como mais uma excelente partida da Argentina.
“Fizemos um grande jogo. Não é a primeira vez que temos uma exibição assim, mas conseguir na final do Mundial, contra a França faz com que tenha outro relevo. Contudo, não é algo que nos tenha surpreendido, porque sabíamos que éramos capazes”, atirou, reconhecendo que sentiu muito apoio: “Acho que toda a gente percebeu o quanto lutei por este objetivo e que parecia injusto o que tinha vivido com a seleção”.
Após a partida, os argentinos, em particular Emiliano Martínez, foram muito criticados por todos. Uma imagem que Messi não gostou de ver passada.
“Acho injusto, porque não são verdade. Ninguém nos deu nada e sempre tivemos um comportamento exemplar dentro e fora do campo. Deram mais destaque a isso pelo que aconteceu contra os Países Baixos, mas não vão ver o que aconteceu antes, o que eles disseram, e o que aconteceu durante os penáltis. Provocaram-nos e não tiveram nenhum Fair-Play. Queriam ir falar com os nossos batedores de penáltis. Acho que deviam todos ver o filme por inteiro para perceberem o que se passou, em vez de dizerem que não sabemos ganhar”, frisou.
E do regresso a Buenos Aires fica uma foto simbólica, do astro argentino deitado na cama com o troféu.
“Chegámos de madrugada à Argentina e com o fuso horário trocado só dormimos uma ou duas horas no máximo. Eram seis da manhã e eu tinha ligado a televisão. O meu quarto estava ao lado do Rodrigo De Paul e Otamendi. Eles devem ter ouvido quando fui à casa de banho, e a ligar a televisão. Não sei porque é que o troféu acabou no meu quarto nessa noite, deixaram-no comigo. Tinha-o ao meu lado e foi aí que De Paul apareceu. Meti-me naquela posição e ele disse-me: 'Tiro-te uma fotografia’. E assim foi”, revelou.
Por último, Messi voltou a discutir a possibilidade de disputar o Mundial-2026, organizado por Canadá, Estados Unidos da América e México.
“Não sei. Sempre disse que pela minha idade (36 anos) é muito complicado lá chegar. Gosto de jogar futebol, amo o que faço e enquanto me sentir bem e com condições físicas para desfrutar, vou continuar a fazer, mas parece-me que falta muito tempo até 2026. Vamos ver como vai ser a minha carreira, o que vou fazer. Depende de muitas coisas”, concluiu.