Luis Rubiales regressou a Espanha vindo da República Dominicana a 3 de abril e foi brevemente detido no aeroporto, como parte de uma investigação aos contratos da federação assinados desde 2018, incluindo um assinado por Rubiales para levar a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita.
"Na segunda-feira, 29 de abril, às 10:00 CET, o tribunal convocou Luis Rubiales para testemunhar como pessoa sob investigação", disse o tribunal de Madrid em comunicado.
O regresso de Luis Rubiales a Espanha ocorreu duas semanas depois de os investigadores terem feito buscas em 11 locais, incluindo a sede da RFEF em Madrid, e a sua casa na cidade de Granada, no sul do país, no âmbito de uma investigação sobre alegada corrupção e outros crimes.
As buscas de 20 de março fazem parte de "uma investigação relacionada com presumíveis crimes ligados à corrupção nos negócios, administração fraudulenta e branqueamento de capitais", disseram fontes judiciais.
Os contratos da Supertaça valem 40 milhões de euros por ano e o negócio foi mediado pela Kosmos, uma empresa detida pelo antigo defesa do Barcelona e da seleção espanhola, Gerard Piqué.
Durante as rusgas, a polícia prendeu o diretor jurídico da RFEF, Pedro Gonzalez Segura, e o seu chefe de recursos humanos, José Javier Jiménez, bem como o consultor jurídico externo da federação, Tomas Gonzalez Cueto.
Um dia depois, a RFEF demitiu os dois homens e rescindiu o contrato com a GC Legal, a empresa de Gonzalez Cueto.
"Nunca aceitei suborno"
Rubiales foi obrigado a abandonar o cargo de presidente da RFEF em setembro do ano passado, depois de ter beijado à força a estrela do Campeonato do Mundo Feminino, Jenni Hermoso, após o triunfo da Espanha na final de Sidney, em agosto.
O beijo não consentido, que segundo a lei espanhola pode ser considerado uma agressão sexual, vai ser julgado.
Em 2022, os procuradores abriram uma investigação sobre o negócio da Supertaça depois de terem sido divulgadas gravações áudio em que Rubiales e Piqué falavam de comissões multimilionárias.
Rubiales sempre defendeu a legalidade do acordo para levar a Supertaça para o Estado do Golfo, rico em petróleo, e em abril de 2022, Piqué insistiu que tudo era "legal", dizendo que estava "orgulhoso" do acordo.
Numa entrevista televisiva na semana passada, Rubiales negou qualquer irregularidade, dizendo que "nunca aceitou um suborno" na sua vida nem "manipulou um contrato", afirmando que a decisão de levar a Supertaça de Espanha para a Arábia Saudita foi tomada porque era "a melhor oferta".
A Supertaça de Espanha realizou-se pela primeira vez na Arábia Saudita em 2020.
Regressou a Espanha durante um ano, durante a pandemia de Covid-19, mas as três competições seguintes tiveram lugar na Arábia Saudita.