Luis Rubiales (46 anos) explicou a sua situação atual, explicando que as suas contas em Espanha e na República Dominicana estão sob escuta e que não tem nada a esconder.
"Ontem tiraram-me todos os telemóveis aqui. Não quis apagar nada e deitei tudo fora para que o pudessem levar. Não queria que se perdesse nada. Foi uma operação conjunta entre pessoas da OCU e pessoas daqui, em que levaram os telemóveis que tínhamos e pronto. Bloquearam as minhas contas aqui há um dia e as de Espanha há quatro ou cinco dias", revelou o antigo presidente da RFEF.
Luis Rubiales também qualquer tipo de investimento em Cabo Verde.
"Não estive em Cabo Verde nem tenho negócios lá. Não fiz nada lá. Mas teria todo o direito do mundo", afirmou.
O homem de Motril não acredita que o Campeonato do Mundo de 2030, organizado por Espanha, Portugal e Marrocos, esteja em perigo.
"O Campeonato do Mundo não está em perigo. As investigações têm de ser levadas até ao fim. Não falei com ninguém do governo desde que fui forçado a demitir-me", explicou.
Relativamente à Supertaça, afirmou que a mudança do torneio para a Arábia Saudita serviu para ajudar o futebol mais pobre.
"Escolhemos a melhor oferta. A oferta do Catar nem sequer era uma oferta. Era uma proposta que tinham de validar em dez dias e não a validaram. A Espanha recebeu 120 mil euros da Supertaça e, a partir daí, recebeu muito mais. E foram ao futebol mais modesto para salvar muitas coisas durante a pandemia", revelou.
Nenhuma relação com Pedro Rocha
Luis Rubiales garantiu que não tem qualquer contacto com Pedro Rocha, atual presidente da RFEF, neste momento.
"Acho que falei com Pedro Rocha uma vez ao telefone. Há três meses ou cinco meses, não sei. Não tenho qualquer relação com ele. Afastei-me completamente. Não telefonei a ninguém dos territórios. Se alguém me telefonou, foi para me encorajar. Não quis saber nada sobre eleições", afirmou.
Relativamente aos escândalos da Federação, negou categoricamente ter estado com prostitutas.
"Estou pronto a ser posto a soro da verdade e a que me perguntem se estive com uma prostituta e eu direi que não. Ninguém o poderá provar porque nunca estive com uma prostituta. Nunca ninguém vai poder verificar porque nunca estive", defendeu.
Jenni Hermoso
Relativamente ao beijo de Jenni Hermoso, negou categoricamente que tenha havido coação.
"Só falei com Hermoso durante dez segundos no avião. Pedi-lhe que viesse cá fora e dissesse a mesma coisa que nós tínhamos dito. Se isso é coação, qualquer conversa entre duas pessoas é coação", explicou Luis Rubiales.
Além disso, reafirma que Hermoso deu o seu consentimento.
"Um agressor sexual não pergunta. No contexto, não havia nada de sexual. Ela diz-me que está tudo bem. Até numa história ela reconhece isso. Há os vídeos antes e depois. Que cada um tem a sua opinião. Em nenhum caso houve agressão. Basta olhar para ele. Ela própria veio logo a público negar que tenha havido alguma coisa", acrescentou.
Rubiales recordou que Jenni não deu importância ao assunto.
"As minhas filhas estavam na frente quando Hermoso disse que era um beijo entre amigos. Não há coação. Ninguém vai conseguir provar que houve coação. Num local onde havia câmaras e pessoas a gravar com telemóveis, ninguém vai conseguir provar que ninguém da Federação coagiu. Quem não teve uma vida em paz ou tranquila e quem foi deixado na rua e defenestrado fui eu", lamentou.
Gestão na Federação
Rubiales também se gabou da sua gestão da RFEF.
"Quando chego, há 40.000 licenças e quando saio, há 100.000. Quando cheguei, não havia treinadores assalariados. Contratamos treinadores, médicos, cozinheiros. Quando chego ao Campeonato do Mundo, no primeiro dia contrato um segundo cozinheiro. Quando os capitães me perguntam que querem estar perto do que dão às mulheres inglesas... elas recebiam 10.000 libras e eu dou-lhes 15.000 euros. Eles queriam que eu levasse a Vilda. Foi um telefonema das três capitãs que pediram a cabeça de Jorge Vilda", revelou.