A regra foi proposta em 2021 por Arséne Wenger, atual Chefe de Desenvolvimento de Futebol Internacional da FIFA e antigo treinador do Arsenal.
Segundo o "modelo Wenger", um jogador só está em posição irregular se todo o seu corpo estiver para lá da linha do último defesa.
Este conceito permite que o avançado passe pelo defesa, desde que alguma parte do corpo esteja alinhada com o adversário.
"Em algum momento, serão tomadas medidas e pode até ser determinado que, com cinco ou seis centímetros, não é fora de jogo. Tudo está a ser estudado", afirmou a International Football Association Board (IFAB) ao jornal Marca no ano passado.
"Está em fase de estudo porque queremos que o futebol seja mais ofensivo a cada dia", disse o presidente da FIFA, Gianni Infantino, quando a ideia entrou em fase de testes.
"Temos que ver que tipo de impacto isso terá no jogo, se positivo, se negativo. Se for positivo, podemos ir em frente. Se for negativo, vamos afastar-nos", acrescentou Infantino, dando o VAR como exemplo.
A ideia da FIFA é tornar o futebol "mais ofensivo". Se a nova regra estivesse em vigor, apenas dois dos atuais quatro foras de jogo por jogo da Premier League seriam validados.
O que dizem os testes?
No primeiro ano de testes, a nova regra foi implementada em 63 partidas da Serie A italiana sub-18. Os resultados mostraram mais golos:
• Com a regra atual: 632 golos em 177 partidas = 3,57 golos/jogo
• Com a nova regra: 247 golos em 63 partidas = 3,92 golos/jogo
Houve um aumento, portanto, de 0,35 golos por jogo, ou seja, quase 10%. Na Premier League, por exemplo, um aumento de 10% poderia significar mais 100 golos por temporada.
A Federação Italiana de Futebol (FIGC) aprovou a renovação dos testes para 2023, sem informar se houve menos ou mais reclamação de arbitragem na liga sub-18.
Como aprovar a regra
A continuação dos estudos foi aprovada na última reunião da IFAB em 2 de março, na mesma ocasião em que o cartão azul foi vetado. Esperava-se que a medida pudesse entrar em vigor no futebol profissional já na próxima temporada, o que não aconteceu.
Para que qualquer nova mudança na regra do jogo seja aprovada, o conselho da International Football Association Board (IFAB) precisa aprovar as medidas.
São oito votos ao todo no conselho: cada uma das quatro nações da Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) tem um voto cada, e a FIFA tem os outros quatro votos.