O piloto de ralis, medalha de bronze no tiro ao prato nos Jogos de 2012, ainda não se qualificou para Paris, mas começa sexta-feira como favorito ao volante no deserto saudita. Al-Attiyah e o copiloto Mathieu Baumel trocaram a Toyota pela Prodrive na categoria de carros de topo e podem tornar-se os primeiros a vencer o Dakar com quatro construtores diferentes.
O Hunter T1+ "Nasser Racing" do Catar será o mesmo conduzido pelo francês Sebastien Loeb, nove vezes campeão do mundo de ralis, pela equipa Bahrain Raid Xtreme.
Loeb, que foi segundo classificado nos últimos dois anos, será simultaneamente companheiro de equipa e principal rival.
"Ao longo dos anos, ganhei com três fabricantes diferentes no Rally Raid, mas ganhar com um quarto carro é um grande objetivo para nós", disse Al-Attiyah, que ganhou em 2011 com a Volkswagen, 2015 com a Mini e em 2019, 2022 e 2023 com a Toyota e vai correr pela Dacia, propriedade da Renault, no próximo ano.
Apenas duas outras pessoas venceram três Dakars consecutivos num automóvel: o finlandês Ari Vatanen, de 1989 a 1991, e o francês Pierre Lartigue, de 1994 a 1996.
"Temos uma boa sensação, ganhámos a primeira corrida que fizemos com o Hunter no Dubai (em novembro)", disse Al-Attiyah no mês passado: "Só precisamos de aprender um pouco e de nos prepararmos mentalmente com o novo equipamento. Acho que somos capazes de o fazer."
O jovem californiano Seth Quintero juntou-se à equipa oficial de cinco carros da Toyota na categoria T1+, juntamente com o vencedor de 2009 Giniel de Villiers da África do Sul e Yazeed Al-Rajhi da Arábia Saudita.
Opções espanholas com Sainz e Roma
O tricampeão do Dakar Carlos Sainz pai do piloto de Fórmula 1 da Ferrari, regressa com a Audi, tal como o francês Stephane Peterhansel 14 vezes vencedor do Dakar. A Audi tentará novamente tornar-se o primeiro vencedor com um carro híbrido elétrico.
A Ford fará a sua estreia no Dakar como construtor com o espanhol Joan "Nani" Roma, vencedor da geral em duas rodas em 2004 e com a Mini na categoria de automóveis em 2014.
Dania Akeel, da Arábia Saudita, junta-se às espanholas Cristina Gutiérrez e Laia Sainz como as principais participantes femininas. O argentino Kevin Benavides, atual campeão da categoria de motos com a KTM, vai tentar conquistar o terceiro título depois de ter recuperado de uma recente lesão na perna.
A 46.ª edição do rali, que se realiza pela quinta vez na Arábia Saudita, é composta por um prólogo e 12 etapas distribuídas por 7.891 km desde Alula, no norte, até Yanbu, no Mar Vermelho.
A grande novidade é uma etapa cronometrada de 48 horas, na qual os concorrentes correm através do Bairro Vazio do reino, com restrições de maratona e oito acampamentos diferentes.
A ação no Bairro Vazio também inclui pistas separadas para carros/camiões e motos/quadriciclos, a fim de dar prioridade às capacidades de navegação e eliminar a possibilidade de os condutores de automóveis seguirem as motos.
O rali começou em 1978 como uma corrida de Paris através do Saara até à capital senegalesa, mas foi transferido para a América do Sul em 2009 por razões de segurança. Em 2020, foi transferido para a Arábia Saudita e é atualmente o principal evento do Campeonato do Mundo de Rally Raid da FIA.