Murray surpreende Berrettini em batalha épica de cinco sets no Open da Austrália

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Murray surpreende Berrettini em batalha épica de cinco sets no Open da Austrália

Andy Murray conquistou a sua primeira vitória frente a um jogador do top-20 num Grand Slam desde 2017
Andy Murray conquistou a sua primeira vitória frente a um jogador do top-20 num Grand Slam desde 2017AFP
O tenista britânico vincou ter calado os céticos depois de derrotar o italiano, 13.º cabeça-de-série, num duelo intenso, para garantir um lugar na segunda ronda da prova. O tri-campeão de torneios Grand Slam superou complexas lesões nos últimos anos, mas assegurou estar livre de dores e entusiasmado na antecâmara do Open da Austrália.

E a verdade é que Andy Murray deixou tudo isso bem patente numa batalha épica diante de Matteo Berrettini, na qual salvou um match point antes de selar o encontro pelos parciais de 6-3, 6-3, 4-6, 6-7 (7) e 7-6 (10-6), em quatro horas e 49 minutos.

Numa Rod Laver Arena com tejadilho fechado, por culpa das altas temperaturas que se faziam sentir à hora do jogo, o atual número 66 do ranking mundial, apresentou-se em modo vintage e deixou para trás o semifinalista da última edição do torneio.

"Acho que duvidei de mim algumas vezes durante os últimos anos. Há, certamente, muita gente a questionar a minha capacidade e a perguntar-se se ainda poderei competir nos grandes torneios e nos grandes jogos. Sinto-me muito orgulhoso depois deste jogo. É algo que, geralmente, não sentia no final de um jogo desde há vários anos", revelou o antigo número um mundial, atualmente com 35 anos.

"Estou orgulhoso pelo trabalho que desenvolvi nos últimos meses. Treinei muito na Florida para estar preparado para jogar aqui. Estou realmente orgulhoso do que lutei durante este jogo, que podia ter-me escapado", acrescentou Murray, que vai defrontar Thanasi Kokkinakis ou Fabio Fognini na próxima ronda.

Esta foi a primeira vitória do tenista britânico frente a um jogador do top-20 num Grand Slam desde que derrotou Kei Nishikori, na altura nono colocado, nos quartos de final de Roland Garros em 2017.

O triunfo trouxe-lhe ainda a sua 50.ª vitória no Open da Austrália, o que o torna apenas no quinto atleta da era Open a consegui-lo, para além de Roger Federer, Novak Djokovic, Rafael Nadal e Stefan Edberg.

"Tenho de me dar algum crédito. Os últimos anos foram difíceis, perdi alguns jogos deste género. Hoje, o jogo podia ter ido para qualquer lado, mas mantive-me forte e mereci vencer", atestou Murray.

Questionado sobre Murray, que joga com uma anca metálica depois de uma cirurgia feita em 2019, que lhe permitiu continuar a carreira profissional, Berrettini destacou tratar-se de "um grande campeão"

"É impressionante o que ele consegue fazer depois de tantas cirurgias, depois de todos os quilómetros que correu na carreira. Isso prova o quanto ele ama este jogo, o quanto gosta deste tipo de jogos. É um grande campeão. Já o disse muitas vezes", sublinhou o italiano, de 26 anos.

A influência do treinador Ivan Lendl

Treinado por Ivan Lendl, que venceu em Melbourne em 1989 e 1990, Murray quebrou o serviço do adversário uma vez no primeiro set e duas no segundo, enquanto Berrettini lutava para impor o seu segundo serviço e cometia uma série de erros não forçados.

Mas o italiano voltou a entrar no jogo nos dois parciais seguintes, o último dos quais no tiebreak.

No set decisivo, Berrettini dispôs de um match point a 5-4, mas falhou uma esquerda aparentemente fácil e deixou uma janela de oportunidade para Murray, que forçou novo tiebreak, no qual se superiorizou.

No final, o britânico destacou a influência do seu treinador para o desfecho da partida.

"Ele de certeza que não vai deixar-me relaxar. Puxa por mim ao máximo, sempre, para tentar tirar o melhor de mim", salientou.