O talentoso mas temperamental tenista de 28 anos foi operado ao joelho há um ano e depois abortou os planos de regressar em Wimbledon após ter rompido um ligamento do pulso. Retirou-se antes do Open da Austrália porque continua a lutar para recuperar forma física, mas está no Grand Slam em Melbourne como comentador.
Conduziu a entrevista no campo depois de o campeão Novak Djokovic ter vencido Taylor Fritz para chegar às meias-finais na terça-feira. Kyrgios disse que uma carreira na imprensa parece cada vez mais atraente.
"Sentei-me com o meu agente, Stuart Duguid, há alguns dias para falar sobre o meu futuro", escreveu numa coluna para o jornal The Age, em Melbourne: "A realidade é que há uma parte de mim que sabe que o meu tempo no desporto pode ter acabado. E não me importo com isso. É uma conversa que precisava de ser tida. Estou numa encruzilhada na minha carreira e cheguei a um ponto em que a vida depois do ténis é uma perspetiva que me entusiasma. Podia viajar pelo mundo a ganhar muito dinheiro a comentar o desporto... é uma vida que as pessoas gostariam de ter."
Kyrgios, que atingiu o 13.º lugar no ranking mundial em 2016 e já falou anteriormente das suas dificuldades com a sua saúde mental, disse no mês passado que estava "exausto, cansado". Não excluiu a hipótese de regressar aos courts, mas disse que, depois de tantas cirurgias, "o corpo pode nunca mais voltar a ser o mesmo".
Mesmo que regresse, Kyrgios disse que não vai jogar nos Jogos Olímpicos de Paris.
"Uma coisa que garanto é que, se estiver em forma e pronto para jogar, não estarei disponível para os Jogos Olímpicos", afirmou.