"Vai ter em mim um grande fã", disse Andrea Agnelli, antigo presidente, que chamou ao palco o novo presidente do conselho da Juventus Gianluca Ferrero após a nomeação, entregando-lhe, juntamente com Pavel Nedved, a camisola da Juventus com o número 1 e o nome Ferrero.
Este é um dia crucial para o futuro dos Bianchoneri, que hoje deram o primeiro passo numa nova era ao nomear o Conselho de Administração até agora presidido por Andrea Agnelli.
O ciclo que está para vir vai ser feito de desafios desportivos, mas também e sobretudo de batalhas legais. A liderança técnica do clube, escolhida pela Exor, não deixa dúvida sobre quais os desafios que são mais importantes e que devem ser superados.
O novo presidente, Gianluca Ferrero
"Nos próximos meses vamos enfrentar desafios para os quais acreditamos ter a experiência, competência e determinação para defender a Juventus em todos os locais relevantes, penais, desportivos e civis", vincou Gianluca Ferrero.
"Fá-lo-emos com determinação, rigor, mas também com calma. Sempre respeitámos e respeitaremos todos aqueles que serão chamados a julgar-nos, mas o que queremos é igual respoeito por nós, pelo clube e equipa, a fim de podermos discutir com seriedade e rigor nas sedes competentes", acrescentou.
"Vamos trabalhar para constuir um futuro para a Juventus que faça jus ao seu glorioso passado, 125 anos de história, que fez desde clube uma glória desportiva, o clube mais forte do futebol italiano. Um primeiro pensamento vai para os adeptos da equipa, que sempre foram a sua força e coração. Tive oportunidae de falar com eles e encontrei-os perdidos, duvidosos, receosos e preocupados com o futuro deste nosso clube e eu quero ser muito frontal com eles", concluiu.
As palavras de Agnelli e Nedved
O agora ex-presidente da Juventus recordou a sua própria aventura no comando do clube da sua vida, que hoje chega ao fim (resta saber se definitivamente ou não), após quase 15 anos como presidente:
"Um capítulo da Juventus que durou quase 13 anos está a chegar ao fim, o que ainda hoje nos é difícil de compreender. Não consigo esconder a minha emoção. O meu trabalho tem sido tentar compreender o contexto, indicar a direcção estratégica do clube. Quando falamos de futebol, do que estamos realmente a falar? O futebol faz parte da indústria do entretenimento, uma indústria de 750 mil milhões", afirmou.
Agnelli fez também questão de mostrar que o seu passo atrás era total:
"Vou deixar a direção de todas as companhias listadas. É a minha decisão pessoal, à qual cheguei a entendimento com o John (Elkman, presidente da Stellantis, Ferrari e diretor executivo da Exor), com quem a minha relação se mantém muito próxima, Ajay Banga e Carlos Tavares. É a minha vontade enfrentar o futuro como uma página em branco", apontou.

Um doloroso adeus, partilhado também por Pavel Nedved que, na maioria dos ultimos anos, foi o seu braço direito.
"A nossa união foi decisiva para o trabalho. Sei o quanto trabalhaste, quantos sacrifícios fizeste pela Juventus, como lideraste este clube. Foi uma grande honra trabalhar contigo", admitiu o checo, antigo Bola de Ouro.
"Estou grato por todos os momentos da minha vida na Juventus. Quando cheguei, em 2001, consegui perceber este clube graças aos diretores e aos meus colegas. Tem sido uma honra representar a Juventus dentro e fora do campo. Todos os dias aprendi algo novo aqui. Esotu muito orgulhoso de ter sido vice-presidente. Nunca poderia fazer este trabalho sem paixão e amor. Foi o que senti desde o meu primeiro dia em Turim até hoje. Obrigado", acrescentou.
Recordar Vialli
Não poderia ser de outra forma. Antes do começo da assembleia de accionistas houve um momento de silêncio pedido por Agnelli para recordar das lendas da Velha Senhora: Gianluca Vialli e Ernesto Castano.
"Antes de começarem os trabalhos, queria dizer que no corredor dos balneários há fotografias dos capitães até Buffon e Chiellini (mais recentes). Nos últimos dias perdemos dois: Ernesto Castano e Gianluca Vialli".