Pioneiras olímpicas portugueses destacam evolução na igualdade entre mulheres e homens

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Pioneiras olímpicas portugueses destacam evolução na igualdade entre mulheres e homens
Atletas homenageadas no dia da Mulher
Atletas homenageadas no dia da MulherCOP
As pioneiras olímpicas portuguesas coincidiram esta sexta-feira na evolução registada no desporto em termos de igualdade entre mulheres e homens, notando, contudo, que ainda há um caminho a percorrer.

“Definitivamente, estava fora do meu elemento, mas foi muito importante para mim ser homenageada”, confessou a surfista Yolanda Hopkins, pioneira no surf em Jogos Olímpicos em Tóquio 2020, juntamente com Teresa Bonvalot, e a mais recente qualificada para Paris 2024.

A surfista algarvia foi uma das 26 desportistas lusas esta sexta-feira homenageadas pelo Comité Olímpico de Portugal (COP), que decidiu assinalar o Dia Internacional da Mulher com um reconhecimento às mulheres pioneiras em cada modalidade na representação de Portugal em Jogos Olímpicos, numa cerimónia na sede do organismo, em Lisboa.

“Nunca na vida (me vi como pioneira), apenas estou feliz por ter essa possibilidade, e espero que gerações estejam a ver e vejam a possibilidade do impossível”, disse Hopkins, mostrando-se feliz por ouvir as histórias de outras mulheres que antes de si desbravaram caminho na história do olimpismo nacional.

Para a surfista, que foi quinta em Tóquio 2020, na estreia daquela modalidade em Jogos Olímpicos, “definitivamente, as coisas já estão melhores hoje em dia” em termos de igualdade. “Há um caminho a percorrer ainda, mas acho que estamos na direção certa”, acrescentou.

Muito antes de Hopkins, de 25 anos, nascer, já Albertina Machado se tinha tornado numa das primeiras mulheres a representar o atletismo português em Jogos Olímpicos, em Los Angeles 1984, juntamente com Aurora Cunha, Conceição Ferreira, Rita Borralho e Rosa Mota – nessa edição, Isabel Joglar foi pioneira no tiro.

“É com muita alegria e muita saudade que revivi o momento em que fui pioneira. Foram os Jogos que mais me marcaram”, recordou a antiga atleta, que participou também em Seul 1988 e Atlanta 1996.

Mãe de Mariana Machado, especialista em meio fundo, Albertina notou que “os tempos são muito diferentes, as condições, tudo é muito diferente”.

“Quando corria, mandavam-me para casa, porque, na aldeia, uma menina correr de calções há 40 anos não era normal. Hoje, ela é apoiada. (...) Já se começa por aí, com o apoio das pessoas de fora”, destacou, contando também que, na sua altura, “treinava numa pista de cinza” e, hoje, todas as cidades têm pistas de atletismo (tartan).

“Uma coisa que eu acho que tínhamos vantagem, para ter mais tempo para treinar, era não estudar. Os nossos pais deixavam, porque corríamos provas de estrada, que davam dinheiro, que dava para nós fazermos o nosso pezinho de meia para nos dedicarmos ao atletismo. Hoje, não”, comparou.

Fora essa ressalva, a antiga atleta acredita que, “hoje, as coisas estão a melhorar”, nomeadamente no desporto, uma ideia partilhada por Joana Pratas, pioneira na vela em Atlanta 1996, a par de Catarina Fagundes - Ana Barros foi-o no ciclismo e Florence Fernandes na canoagem.

“Na altura, senti um bocadinho essa diferença, mesmo em termos dos apoios. Faz parte do passado. Felizmente, consegui concretizar o meu sonho”, salientou.

Além destas três desportistas, o COP homenageou as ginastas Dália Cunha, Natália Cunha e Silva e Maria Laura Amorim, as primeiras mulheres a representar Portugal na sua modalidade, em Helsínquia 1952, enquanto, em Roma 1960, Maria José Nápoles e Regina Veloso foram as estreantes lusas na esgrima e na natação, respetivamente.

Em Seul 1988, Ana de Sousa (tiro com arco) e Teresa Gaspar (judo) tornaram-se nas primeiras mulheres nacionais nas suas modalidades, 10 anos antes de a esquiadora Mafalda Queiroz Pereira o ser nos Jogos Olímpicos de Inverno Nagano 1998.

Nesta lista de pioneiras esta sexta-feira homenageadas pelo COP incluem-se ainda Mafalda Queiroz Cristina Pereira e Maria José Schuller (voleibol de praia), em Sydney 2000, a triatleta Vanessa Fernandes (Atenas 2004), Ana Moura (badminton), em Pequim 2008, e Lei Mendes (ténis de mesa) e Luciana Diniz (equestre), em Londres 2012.