Raphael Varane: de senhor limpo ao senhor Campeonato do Mundo

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Raphael Varane: de senhor limpo ao senhor Campeonato do Mundo

Raphael Varane: de senhor limpo ao senhor Campeonato do Mundo
Raphael Varane: de senhor limpo ao senhor Campeonato do MundoProfimedia
Lesionado na coxa umas semanas antes do Mundial (fim de outubro) ao serviço do Manchester United, o defesa francês subiu o nível de jogo constantemente ao longo da competição.

Com a opinião pública dividida no que toca às performances no clube – particularmente desde a sua chegada a Inglaterra – e sob fogo nos Bleus, particularmente depois dos maus resultados da equipa no Campeonato Europeu de 2021, Raphael Varane foi elogiado de forma unânime desde o início deste Campeonato do Mundo.

O antigo jogador do Real Madrid demonstrou uma capacidade de adaptação muito rápida às exigências do torneio, que dura apenas um mês, e elevou o nível de jogo para se tornar no patrão da defesa francesa.

Em 2018, quando não estava no seu melhor com o clube espanhol, o francês já tinha conseguido adaptar-se a esta exigência, o que lhe valeu a confiança como um dos homens fortes de Deschamps. Apelidado desde muito cedo pela imprensa espanhola como “senhor limpo”, Raphael Varane pode tornar-se, aos 29 anos, no “senhor Campeonato do Mundo” se vencer este domingo (15:00) o segundo Mundial da sua carreira, diante da Argentina.

Varane ao lado do capitão Hugo Lloris
Varane ao lado do capitão Hugo LlorisAFP

Liderança natural com a camisola azul

"Agora temos experiência e tento transmitir isso ao grupo, para orientar a equipa, quer seja no estado de espírito ou na mentalidade. Nos momentos mais difíceis reinício, há que transmitir calma e serenidade nos jogos de alto risco. É muito importante e esse é o meu papel”, explicou o jogador antes da meia-final com Marrocos.

O jogador do Manchester United exalou calma e serenidade natural em 2018, algo que se está a repetir quatro anos depois no Catar. Foi empurrado para os holofotes ainda jovem - aos 18 anos estreou-se no Real Madrid e aos 19 foi chamado por Deschamps para representar os Bleus - e aprendeu a lidar com a pressão em campo. Uma aprendizagem feita no relvado ao lado de grandes craques como Sergio Ramos e Pepe para levar a França ao pico do futebol mundial.

Liderança, essa característica muito distinta dos dois jogadores acima mencionados, Varane assimila e aplica. Com uma natureza composta e atenciosa, o jogador de Lens fez disso um dos seus pontos fortes em 2018, e depois em 2022, onde é, mais do que nunca, um dos líderes deste grupo, juntamente com o capitão Hugo Lloris e Antoine Griezmann.

E, no entanto, muitos duvidaram por vezes da sua capacidade de manter uma defesa unida, particularmente quando estava no Real Madrid. Teve de ser a referência defensiva central na Liga dos Campeões em várias ocasiões devido às ausências de Ramos, e foi um fiasco em cada uma delas. Tal como em 2020, frente ao Manchester City na segunda mão dos oitavos de final, onde o francês, no seu pior, passou completamente ao lado do jogo e errou nos dois golos dos citizens.

Mas em França, a história é bastante diferente, pelo menos no que diz respeito nos jogos decisivos. Se Laurent Blanc é apelidado de "o Presidente" devido à sua calma e carisma, Varane poderia receber o mesmo apelido porque os seus atributos são muito semelhantes.

A alegria de Varane depois do golo de Giroud com a Inglaterra
A alegria de Varane depois do golo de Giroud com a InglaterraAFP

Chefe e pilar dos Les Bleus no Campeonato do Mundo

A capacidade de liderar a defesa não é a única coisa que é criticada quando Varane está ao serviço do clube. O nível de jogo também tem sido tema de conversa, especialmente desde a chegada ao norte de Inglaterra. O francês chegou com estatuto de superestrela depois de ganhar quatro títulos da Liga dos Campeões em Madrid e esperava-se que fosse a nova pedra basilar dos Red Devils. No entanto, as atuações não foram, até agora, as esperadas e algumas lesões têm-no afetado bastante.

Só que com a França, no Campeonato do Mundo, Raphael Varane é simplesmente impecável. De 2014 a 2022, o defesa cumpriu sempre os requisitos e expetativas de Didier Deschamps. O treinador francês, que constrói com ele uma verdadeira relação de confiança, tem também algo a ver com o bom desenvolvimento do jogador.

"Com o treinador, temos uma relação evolutiva e conhecemo-nos cada vez melhor. Nas nossas discussões, ele conhece a minha personalidade, sabe perfeitamente o que posso acrescentar ao grupo”, referiu. 

Foi o patrão da defesa em 2018 ao lado de Umtiti e vai repetir o mesmo papel em 2022, ao lado de Upamecano e Konaté. O jogador de Lens garante estabilidade na retaguarda francesa ao não cometer erros e ao saber antecipar e ler o jogo. Isto dá muita confiança aos seus companheiros de equipa que podem expressar todo o seu talento e savoir-faire (saber-fazer).

"O senhor Mundial" sabe como elevar o seu nível de jogo durante este mês tão exigente, o que permite à equipa atingir os objetivos traçados. No domingo, terá a oportunidade de acrescentar um 21.º título ao seu palmarés.

Pode acompanhar o relato áudio através do site ou da app
Pode acompanhar o relato áudio através do site ou da appFlashscore