Recorde aqui as incidências do encontro
Mais uma contrariedade para Sérgio Conceição logo antes do apito inicial: Pepe, lesionado, deu lugar a Fábio Cardoso no eixo da defesa. Pepê ocupou o lugar de João Mário na lateral direita, enquanto Evanilson regressou ao onze e fez a dupla de ataque com Taremi.
No Inter, Inzaghi lançou Darmian, Çalhanoglu e Dzeko, que fez companhia a Lautaro Martínez, apesar da má exibição do argentino no último jogo. Destaque ainda para os regressos dos lesionados Skriniar e Joaquin Correa no banco de suplentes, que contou ainda com Brozovic.
Entrada com mais cabeça do que coração
Os dragões ficaram a centímetros de um início perfeito: logo aos três minutos, Uribe armou um remate sem preparação a 30 metros que desviou num defesa e passou muito perto do poste. Mas, ao contrário do que é habitual nas entradas do FC Porto, os jogadores não aceleravam o ritmo, nem se precipitavam.
O livro da matreirice italiana estava bem estudado, o Inter levava o seu tempo a repor a bola, procurando que o apoio das bancadas se tornasse em frustração. A turma de Inzaghi era cautelosa, não só pela ameaça portista, como também pela falta de confiança que atravessa, evidenciada pelos vários passes simples que saíam fora das quatro linhas.
E era assim que Conceição procurava igualar a eliminatória: deixar que o erro acontecesse e capitalizar. Aos 19 minutos, Galeno recuperou perto da área adversária, deu a Eustáquio, que rematou colocado para defesa apertada de Onana. Desengane-se quem pensa que o Inter era um mero espetador: o cinismo italiano evidenciava-se em cada hipótese de contra-ataque.
Pouco depois, Mkhitaryan saiu em superioridade numérica, serviu Dzeko na área para uma remate cruzado bem defendido por Diogo Costa. Foi o único lance digno de registo dos Nerazurri no primeiro tempo, enquanto o FC Porto foi crescendo, tanto em posse, como em confiança. Numa bela jogada rendilhada, com um toque de calcanhar de Taremi pelo meio, Grujic soltou o remate de Evanilson na pequena área para um grande bloqueio de Dimarco.
Já em cima do intervalo, Eustaquio, com uma finta de corpo, deixou o esférico rolar para Pepê no flanco direito e o canadiano ficou a centímetros de desviar o cruzamento do brasileiro.
Sobreviver com a ajuda dos postes
A toada manteve-se igual no regresso dos balneários, os azuis e brancos passaram os primeiros cinco minutos a carregar na área milanesa e até foi Fábio Cardoso a ficar perto do golo, num remate de primeira fora de área. Pepê enchia o campo e a ilusão portista, com passes imprevisíveis e lances individuais que davam dores de cabeça à defesa italiana.
No entanto, faltava sempre "um bocadinho assim". Primeiro Galeno ficou a centímetros de se antecipar a Onana, depois foi Grujic a rematar para uma defesa complicada do guardião do Inter. No xadrez tático, os treinadores mexeram ao mesmo tempo. Inzaghi viu Conceição a preparar as entradas de André Franco e Toni Martínez e lançou de imediato Lukaku e D'Ambrosio.
A aposta ficou perto de compensar para o italiano, já que o avançado belga no primeiro lance em que apareceu, rematou na área contra Marcano e valeu Pepê a aparecer para negar o golo de Lautaro Martínez. O Inter continuou a demorar nas reposições de posse de bola e foi punido com sete minutos de compensação.
Durante esse tempo, assistiu-se a um massacre dos dragões na área transalpina e só graças a muita sorte o jogo não seguiu para prolongamento. Toni Martínez tentou um remate acrobático que saiu perto do poste, Dumfries negou o golo a Marcano em cima da linha de baliza e, logo a seguir, Taremi cabeceou ao poste e Marcano à trave. Na ânsia de chegar ao golo, Pepê ainda viu o segundo amarelo por uma entrada fora de tempo sobre D'Ambrosio.
Os nerazurri, à boa maneira italiana, souberam sofrer e sobreviveram com o nulo que os leva para os quartos de final da Liga dos Campeões. Já o FC Porto ficou pelo caminho e caiu de pé.
Homem do jogo Flashscore: Pepê (FC Porto)