Ben Earl sempre pareceu destinado a uma carreira internacional estelar, depois de representar a Inglaterra na formação, inclusive participando da final do Mundial Sub-20 contra a Nova Zelândia
Depois de dois anos a se incluído nas convocações de Eddie Jones para a seleção inglesa, o atlético camisola oito fez a sua estreia, saindo do banco, em 2020.
De forma notável, nos três anos seguintes, ganhou mais 14 internacionalizações, mas todas como suplente. Jones, desconfiado da sua falta de volume, abandonou-o completamente, apesar de Earl ter jogado soberbamente pelo Saracens e ter sido nomeado jogador do ano da Premiership em 2022.
Quando Steve Borthwick assumiu o cargo, Earl ainda parecia estar na periferia, mas foi incluído na equipa do Campeonato do Mundo e finalmente começou um jogo pelo seu país, no último aquecimento de agosto, contra o País de Gales.
Como Billy Vunipola se arrependerá da proibição de desarmes que abriu a porta para o seu substituto de longa data em França.
Earl começou bem contra a Argentina, melhorou ao longo do torneio e foi fantástico contra as Ilhas Fiji, quando as suas duas excelentes jogadas no final do jogo deram origem aos pontapés da vitória da Inglaterra.
As estatísticas da seleção inglesa contam a sua própria história. Earl tem o maior número de carregamentos (48), o maior número de metros percorridos (372), o maior número de quebras de linha (5) e o maior número de defesas derrotados (17), e seus 60 tackles estão 16 à frente do segundo melhor jogador.
O treinador da defesa da Inglaterra, Kevin Sinfield, disse esta semana que Earl estaria perto de fazer parte da atual equipa XV do Mundo.
"Ele é alguém por quem tenho muito respeito dentro e fora do campo, por isso é sempre bom ouvir isso", disse Earl na quinta-feira.
"Mas ainda não tive a oportunidade de olhar para trás. Tudo aconteceu muito rapidamente, não é algo que eu tenha tomado como garantido, eu adorei", acrescentou.
Tudo menos típico
Earl não é um típico número oito, e o contraste não poderia ser maior do que neste próximo sábado, quando terá de lidar com 18 kg a mais do seu oponente sul-africano, Duane Vermeulen.
"Qualquer um que tenha jogado contra ele diz que ele é um dos jogadores mais inteligentes, além de ser o maior", disse Earl.
"Vou gostar muito dessa batalha. É afundar ou nadar. Esperemos que eu nade. Tenho de dar o melhor de mim e jogar com os meus pontos fortes. Nunca me comparo ao Billy, mas aprendi muito com ele, tendo jogado com ele no clube e no país. Tento fazer as minhas próprias coisas", explicou.
Earl mostrou contra as Ilhas Fiji que a capacidade de durar 80 minutos e de ter energia é fundamental, e a Inglaterra está a planear estar em contacto no último quarto de hora contra uma equipa Springbok esmagadoramente favorita.
"Sabemos que os jogos de 60 minutos são normalmente muito disputados e quase sempre resumem-se aos 20 minutos finais, e isso não nos passa despercebido. Alguns dos jogadores que saem do banco já disputaram os maiores torneios e os maiores jogos do mundo. Espero que estejamos numa posição em que eles possam entrar e levar-nos à vitória", desejou.