Tornou-se o nome mais famoso da união francesa de râguebi. Antoine Dupont, número 9 e capitão da equipa francesa e do Stade Toulousain. O scrum-half de referência do mundo, eleito melhor jogador do mundo em 2021. Um jogador admirado pelos seus parceiros e adversários.
Assim, antes de mais uma final da Taça dos Campeões de Râguebi com o seu clube contra o Leinster no domingo, o seu homólogo Jamison Gibson-Park só tem elogios para o Tricolore. "Antoine Dupont não é apenas o melhor número 9, mas provavelmente o melhor jogador do mundo nos últimos anos. É difícil superar isso em termos de homenagem."
Mas este ano é um ano especial para o jogador de Toulouse. Depois da desilusão do Campeonato do Mundo de 2023, embarcou num outro projeto: os Jogos Olímpicos. Em râguebi de 7, claro, já que o XV não é permitido. Estreou-se na modalidade em pleno inverno e foi uma estreia estrondosa. Dois torneios no circuito mundial, o primeiro com um terceiro lugar e o segundo com uma vitória!
E não uma vitória qualquer: a primeira da seleção francesa em 19 anos ao mais alto nível mundial. Com Dupont a causar impacto, a não sentir os efeitos da mudança de disciplina e a aclimatar-se perfeitamente aos sevens e aos seus companheiros de equipa. No final, ninguém ficou surpreendido, mas isso não impediu que alguns rangessem os dentes.
Afinal, teve de sacrificar o Torneio das 6 Nações para participar nesta aventura, para não falar do jet lag, das viagens, do condicionamento físico, etc... Tudo com a bênção do clube, claro, mas os factos estão à vista: 19 jogos, dos quais 14 como titular em 30 possíveis esta época, entre a preparação para o Campeonato do Mundo e umas merecidas férias depois.
É claro que o nível ainda está lá, como vimos na meia-final da Taça dos Campeões contra o Harlequins. Foi o enésimo jogo estratosférico dos Vermelhos e Negros, com uma atuação de cinco estrelas, reforçada por dois ensaios ao puro estilo de Dupont, incansável no primeiro apoio ao portador da bola. Clássico.
Mas depois disso, dois dias de Top 14 e zero minutos de jogo para ele. É certo que a sua equipa não precisava dele, como o demonstram as duas vitórias e o lugar praticamente garantido nas meias-finais. Mas, durante esse tempo, justificou o seu estatuto de novo ícone ao ser um esperado portador da chama olímpica. É o suficiente para o colocar na ribalta, como se já não estivesse suficientemente na ribalta.
Mas, desta vez, é claro, ele estará entre os titulares para tentar manter o Stade Toulousain no topo da Europa. Os Vermelhos e Negros, que já detêm o recorde de maior número de vitórias na Taça dos Campeões, estão a tentar conquistar o sexto título. Se perderem, juntam-se ao Leinster com cinco estrelas e, sobretudo, põem fim a três anos de domínio francês na principal competição de râguebi da Europa.
A parada é alta e, como toda a gente pensa o mesmo - que são os melhores - têm de o ser este sábado no Estádio do Tottenham. Porque se ele falhar, as críticas serão fáceis e os argumentos numerosos. Antoine Dupont está habituado à pressão, raramente desiludiu e, em todo o caso, não estará sozinho nesta aventura. O râguebi ganha-se ou perde-se no XV, mas é mais fácil quando os líderes estão presentes.
