- Como é que se sente antes do último torneio da época?
- Estou a sentir-me bem. Estou contente por, depois do Open dos Estados Unidos, ter podido passar um total de quatro semanas em casa, com uma pausa para o torneio na China. Isso deu-me tempo para descansar e ficar sem aquela sensação de não estar sempre na estrada. Teve um bom efeito em mim mentalmente. Em termos físicos, por outro lado, é evidente que no final da época já não treino tão intensamente como no início. Com um bom planeamento físico, também me sinto bem.
- Como é que passou o tempo antes do início do torneio em Cancún?
- Voei para o México quase uma semana antes do início da competição. É bom chegar cedo para me livrar do jetlag. Tive a oportunidade de passar algum tempo na praia e andar de barco - uma ótima opção para relaxar. Não havia praias nos últimos sítios onde ficámos, por isso foi bom tirar partido disso.
- Todos os jogadores se queixam de não poderem treinar no campo principal. Onde é que se prepararam?
- Há dois courts num dos hotéis e foi aí que treinei. Admito que as condições não são as ideais, porque há muito vento e é preciso habituarmo-nos a isso. Tento aproveitar todas as horas que tenho para treinar. Devido ao facto de haver oito jogadores de singulares e 16 de pares e apenas dois campos, há muitas restrições. Não é a situação mais fácil, mas, por outro lado, as raparigas que não se preocupam com isso jogam melhor.
- Como é que encara a rivalidade com Aryna Sabalenka, que é atualmente a número um do mundo?
- Normalmente, como se estivesse a competir com qualquer outra rapariga.
- Depois deste torneio, é possível que recupere a liderança do ranking mundial. Isso é um fardo extra?
- A situação no topo pode mudar em qualquer lado. Praticamente todas as semanas pode haver uma mudança, por isso não vale a pena concentrarmo-nos nisso. Independentemente do que acontecer na classificação, quero jogar o melhor torneio possível.
- Confirmaria a opinião de que é mais fácil atacar o primeiro lugar do que defendê-lo?
- A resposta a esta pergunta é complicada. A posição de líder pode dar-nos asas e energia positiva. No entanto, no final do período em que fui líder, senti que o mundo inteiro estava à espera que eu caísse dessa posição. Não foi fácil. Sei que fiz o meu melhor para me manter na liderança. Tenho consciência de que, se continuar a trabalhar bem, voltarei rapidamente a essa posição. Quando se é o número dois, a situação é semelhante à que se viveu durante a maior parte da carreira. É mais fácil concentrar-se para evoluir como tenista.
- Sentiu o peso de ser o líder do ranking durante um período tão longo?
- Espero que, da segunda vez que assumir a liderança da classificação, a minha abordagem seja diferente. Como líder, parece que as raparigas analisam mais o meu jogo e estão mais bem preparadas. Penso que o mesmo acontece noutros desportos quando se trata de atletas de topo. Temos de aprender a adaptar-nos a isso e a trabalhar ao nosso próprio ritmo.
- No primeiro jogo do WTA Finals em Cancún, vai defrontar Marketa Vondrousova. Desde que derrotou a checa em Roland Garros, em Paris, em 2020, começou a sua caminhada para o topo.
- Isso é verdade, mas foi uma coincidência ter jogado contra ela. O último jogo contra ela mostrou que ela é difícil de vencer. É uma jogadora experiente que sabe lidar com a pressão. O facto de ser canhota e ter um estilo de jogo completamente diferente da maioria das jogadoras, e de mudar frequentemente o ritmo e jogar com o seu ténis, tudo isto faz com que seja necessário abordar este jogo de forma um pouco diferente. Por outro lado, sei que se me mantiver concentrada em mim própria e em adaptar-me às condições, vou ficar bem.