Recorde as incidências da partida
Magda Linette deslocou-se a Abu Dhabi para uma travessia nada fácil. É certo que vencer Alexandra Eala à partida não foi o maior desafio, mas já na segunda ronda chegou a enfrentar Beatriz Haddad Maia (13.ª WTA), com a perspetiva de cair perante Ons Jabeur caso vencesse. Quem se lembra do duelo de maio de Linette com a brasileira em Roma, deve ter ficado cheio de apreensão na quarta-feira ao meio-dia.
Um primeiro set muito disputado
As imagens dos três primeiros jogos, que poderiam ter sido todos a favor da polaca, eram ainda mais difíceis de acreditar. Conhecido pelo seu jogo ofensivo, Haddad Maia tentou um jogo ofensivo, mas deparou-se com os contra-ataques demasiado bons da determinada Linette. Após dois jogos, já estava 2-0 para Linette e foi com muita dificuldade que a sua rival se salvou de uma segunda quebra.
Só no quinto jogo, quando a favorita teve de defender o seu serviço pela terceira vez, é que se concentrou mais e deixou de facilitar as coisas a Linette, evitando erros não forçados. Também se movimentou mais corajosamente debaixo da rede e foi claramente mais rápida, tomando a iniciativa. Não só defendeu o seu serviço, como, no jogo seguinte, quebrou o serviço da polaca. Compensou a derrota, tinha a vantagem psicológica e, além disso, a alegria de estar no controlo era evidente após cada ponto sucessivo.
No oitavo jogo, foi a polaca que teve grandes problemas a defender. Embora mantivesse uma elevada eficácia no primeiro serviço, a finalização das trocas foi frustrada primeiro por um deslize e depois por um erro grave numa tentativa de abafamento. A polaca saiu na defensiva, mas ao servir primeiro Haddad Maia ganhou o nono jogo e manteve a pressão sobre a polaca. Esta não baixou os braços e levou-a ao tie-break, no qual entrou de forma brilhante, começando com um mini-break. No entanto, um final muito equilibrado caiu para a brasileira.
Sensacional segundo tie-break
Jogando um ténis que estava definitivamente ao alcance de Linette, a sua rival manteve-se implacável e tentou apanhar a polaca desde o início do segundo jogo. Tal como no primeiro set, foi a polaca que teve de correr mais, mas também levou a sua adversária a um ritmo bastante acelerado e sem fôlego.
Depois de uma árdua batalha, Linette defendeu os seus dois primeiros jogos, tendo três break points, e depois o ritmo equilibrou-se definitivamente. A polaca não baixou os braços, mesmo em bolas muito difíceis, e isso valeu a pena - um atalho falhado por Haddad Mai deu a Linette o caminho para um break point, e nos dois pontos seguintes (e um jogo) a rival pressionada rendeu-se atirando a bola fora. Infelizmente, o brasileiro compensou a perda num instante, não permitindo que o jogador de 31 anos fechasse o set. E como não havia mais break points, foi novamente necessário um tie-break.
Após os primeiros pontos de vitória, Haddad Maia passou para debaixo da rede, mas em vez de abafar, bateu suavemente, permitindo que a polaca tentasse um lob. A rival alcançou, mas não o suficiente para bater bem. Ela cedeu o ponto e uma mini-quebra, e logo Linette já estava com 4-1. Ela não só não se permitiu retomar a liderança, como também não cedeu nenhum ponto novamente!
A vantagem de Haddad Mai apesar da luta
O apetite cresce com a comida? Foi o que se viu no início do jogo decisivo, quando Linette rapidamente criou dois break points. Haddad Maia subiu às alturas e defendeu a segunda bola de break com um atalho brilhante. Depois, ela própria criou duas oportunidades para tirar o serviço à polaca, mas esta manteve-se predadora, chegando mesmo a defender outra tentativa de abafamento ao passar pela rival.
Com três jogos no fio da navalha, a polaca cometeu dois pequenos erros e a sua adversária aproveitou para recuperar o break (3:1). Magda Linette continuou a pressionar, mas não foi suficiente para compensar a derrota, apesar de manter um nível de jogo elevado. Assim, quando se viu a perder por 0:40 no sexto jogo, o espetro da derrota tornou-se real. Um voleio aéreo falhado acabou por perder o jogo a 1-5, no serviço da brasileira. Estes erros - pequenos, mas fatídicos - foram decisivos para o desenrolar da partida.
Quando Haddad Maia alcançou a primeira bola do jogo aos 40:15 do sétimo jogo, o final parecia inevitável. No entanto, o polaco não só defendeu três match-balls, como também teve três break points consecutivos. Nenhum (e ela teve sete no set!) foi utilizado pela polaca e uma quarta bola de jogo coroou o duelo mais longo da série WTA até à data.