"Vou para casa hoje ou amanhã, quando encontrar um voo. Já não tenho nada, não vamos jogar a Davis, por isso vou tirar duas ou três semanas de férias para recuperar bem e limpar a cabeça. Depois, farei a pré-época em Buenos Aires", explicou na quinta-feira na zona mista da Accor Arena, onde se disputa o último Masters 1.000 da época em recinto fechado.

Esta quinta-feira, perdeu por 6-4 e 6-3 para o polaco, um dos jogadores do momento, vencedor do Masters 1.000 de Xangai, imparável em court rápido e recinto fechado.

"Ele bate com força, tem muita confiança agora, teve umas semanas impressionantes e tem muita fé nas suas pancadas", disse sobre o seu adversário.

"Foi muito agradável"

Pelo segundo dia consecutivo, Francisco Cerúndolo jogou no Court 1, um campo contíguo sem grande espaço para se movimentar e onde se joga quase sem público.

"Com jogadores como estes, é preciso correr um pouco mais para trás, mas em campos como este não podes, tens de ir para a frente.... É assim que as coisas são. Nalguns jogos isso vai beneficiar-te, noutros não.... Há que lidar com isso", explicou sem azedume.

É um "Fran" diferente do jogador temperamental cujas emoções o traíram em campo. Aos 25 anos, depois de ter completado duas épocas na super elite, sabe que o controlo mental é a chave do seu crescimento.

"Quando jogo, quero dar a minha melhor versão, às vezes sai, às vezes não; às vezes ganha-se, às vezes perde-se.... Falhei algumas bolas que podiam ter mudado o jogo, mas isto acontece quase todas as semanas. Acho que foi um grande ano em todos os sentidos", disse, satisfeito.

De Paris-Bercy sai de cabeça erguida, depois de uma primeira ronda em que eliminou o ídolo local Gael Monfils num jogo apertado e em que os 15.000 espetadores o aplaudiram. Na segunda ronda, derrotou o oitavo classificado do mundo, Casper Ruud, com grande autoridade.

"Estou muito feliz por ter entrado no top 20, por ganhar mais um título, por conseguir vitórias em Grand Slams, contra jogadores do top 10.... Vou fazer um balanço com a minha equipa e a minha família, mas foi um grande ano. Cumpri os meus objectivos e diverti-me muito", afirma.

Sobre o melhor momento da época, o tenista de Buenos Aires não tem dúvidas:"Ter ganho um título em relva (Eastbourne), nunca imaginei ganhá-lo".

Melhorar nos Grand Slams

No lado do débito, acredita que pode fazer "um pouco melhor" nos Grand Slams, destacando o Open dos Estados Unidos e Wimbledon (eliminado em ambos na segunda ronda), embora recorde que, em Roland Garros, esteve muito perto de chegar aos quartos de final - derrota no tie break do quinto set frente a Holger Rune-.

"São anos de crescimento, em 2022 terminei em 30.º, agora em 20.º. Estou a habituar-me a ser um pouco mais favorito em todos os torneios, todos querem ganhar-te e respeitam-te, isso muda um pouco a imagem. Ganhei muita experiência a jogar dois anos a este nível, por isso quando começar o próximo ano vou estar preparado", avisa.

Com um ténis consistente e elétrico, que se adapta a todas as superfícies, o porta-estandarte da nova geração de tenistas argentinos insiste na preparação mental para continuar a dar passos de gigante.

"É um aspeto que ganha mais dimensão à medida que se sobe de nível. Todos eles jogam muito bem ténis, têm todos os golpes, estão bem fisicamente, por isso as emoções e o controlo mental são a chave", afirma.

"Tenho de continuar a melhorar aqui", prometeu para 2024.