Roger Schmidt não teve com meias medidas: os campeões mundiais Enzo Fernández e Nicolas Otamendi acabaram de chegar e saltaram diretamente para o onze benfiquista. Além destes dois, que renderam Chiquinho e Morato, respetivamente, Draxler também foi relegado e para o seu lugar entrou João Mário, em relação ao empate com o Moreirense (1-1), que afastou as águias da Taça da Liga.

Já o SC Braga procurava ripostar depois da goleada sofrida em casa do Sporting (5-0), nos quartos de final da Taça da Liga. Artur Jorge fez seis(!) mudanças: entraram Victor Goméz, Niakaté, Iuri Medeiros, Racic, Abel Ruiz e André Horta, saíram Fabiano, Tormena, Hernâni, Csatro, Vitinha e Banza.
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As alterações correram de feição para os arsenalistas, que praticamente entraram a vencer no encontro, num lance em que a equipa do Benfica parecia estar ainda nos balneários. Na cobrança de um livre para a área, Iuri Medeiros insistiu com chuveirinho, Aursnes e Racic disputaram no ar, o esférico sobrou para os pés de Abel Ruiz, que completamente sozinho perante Vlachodimos, atirou para o fundo das redes.
A reação dos lisboetas tardou, até porque o SC Braga fechou bem as linhas e causou alguns calafrios no contra golpe, mas à meia hora as águias tinham estabilizado e tomado controlo do encontro. Ou, pelo menos, era isso que parecia.
Estabilidade de papel
Um erro de Florentino Luís, à entrada da área, deixou o 2-0 nos pés de Abel Ruiz, mas o bis do espanhol foi negado por uma boa intervenção de Vlachodimos. De qualquer das formas, este foi o momento-chave da primeira parte que fez ruir o dominó de Schmidt e levou o SC Braga a aumentar o volume ofensivo, acrescentando-lhe nota artística.
Aos 32 minutos, Niakaté - qual Messi - recuperou o esférico no meio campo, fez um túnel a Enzo Fernández e serviu de trivela Ricardo Horta, que depois fez uma triangulação com Iuri Medeiros e Abel Ruiz, o espanhol rodou sobre quatro adversários e serviu o remate do capitão, que atravessou uma floresta de pernas e bateu Vlachodimos.
Um ponto de exclamação justo numa primeira parte de grande nível dos bracarenses, particularmente de Abel Ruiz, Niakaté, Uros Racic e Al Musrati que pouco erraram durante a primeira metade. Só em tempo de descontos é que os encarnados responderam, numa grande oportunidade para Otamendi que cabeceou por cima dentro da pequena área.

Schmidt foi ao banco buscar respostas e trouxe poder de fogo para a segunda parte. Florentino Luís, com cartão amarelo, deu o lugar a Petar Musa, Aursnes recuou para junto de Enzo Fernández e Gonçalo Ramos teve companhia na frente.
Uma lição de cinismo
Novamente numa primeira fase, as águias conseguiram atrapalhar os guerreiros do Minho, Gonçalo Ramos ficou a milímetros de desviar um bom cruzamento de João Mário e, depois, foi Aursnes em dose dupla a ameaçar: primeiro foi negado por uma grande defesa de Matheus e, depois, rematou ao lado errado do poste.
Depois do futebol artístico e articulado da primeira parte, o SC Braga resolveu o encontro com pragmatismo. Num lance em que a equipa benfiquista estava na área adversária, Matheus agarrou a bola na área, olhou para o ataque e viu a vantagem numérica. Sem pensar duas vezes, lançou Iuri Medeiros na profundidade, o extremo evitou a péssima abordagem de Alexander Bah e passou para Ricardo Horta fazer o 3-0.
O Benfica ainda reduziu logo a seguir, mas Petar Musa estava adiantado e o tento de honra foi anulado.
Com este triunfo, os minhotos reconquistam o terceiro lugar - momentaneamente roubado pelo Sporting - e somam 31 pontos, enquanto o Benfica viu a vantagem na liderança ser encurtada para cinco pontos.
Homem do jogo Flashscore: Ricardo Horta (SC Braga).
