Reveja as incidências do encontro
Depois de anos, meses, semanas e dias de muita controvérsia, os holofotes baixaram e os microfones calaram-se para ouvir o apito do italiano Massimiliano Irrati que deu início ao Catar-Equador, jogo inaugural do Mundial-2022. Os 12 anos de preparação de Félix Sánchez no comando dos cataris quase iam por água abaixo na primeira bola parada do encontro.
Aos três minutos, uma péssima saída de Al Sheeb acabou em golo equatoriano, mas o fora de jogo automático - uma novidade nesta edição - entrou em ação e sinalizou posição irregular de Facundo Torres, que teria feito a assistência para Enner Valencia. Curiosamente, foi o próprio erro do guarda-redes que colocou o atacante adiantado.
A velocidade dos equatorianos - sempre na procura da profundidade - criou muitas dificuldades à formação da casa e não foi preciso muito para que Enner Valencia voltasse a afiar as garras. Aos 15 minutos, o avançado surgiu na área e foi derrubado por Al Sheeb. Na conversão, não tremeu e atirou com calma para o fundo das redes, com o guarda-redes a atirar-se para o outro lado. O primeiro golo do Mundial-2022 surgiu da marca de grande penalidade.
Os anfitriões demonstravam dificuldades nos dois momentos do jogo. Incapazes de manter a posse de bola e chegar de forma controlada à área adversária, mostravam-se também muito permeáveis na defesa. E os equatorianos nem estavam a apresentar grandes argumentos: não dominavam a posse, não apresentavam futebol rendilhado ou de alta rotação. Até surpreendiam pela simplicidade: explorar as costas.
O segundo golo chegou, pois claro, de forma natural: numa jogada de insistência no flanco direito, Preciado levantou para a área e os defesas esqueceram-se de Enner Valencia. O avançado treinado por Jorge Jesus no Fenerbahçe desferiu um potente e colocado cabeceamento, indefensável para Al Sheeb.
A fechar o primeiro tempo, surgiu o único lance digno de registo dos anfitriões. Pedro Ró-Ró, nascido em Portugal, lançou Al Haydos na direita, o cruzamento foi perfeito para a pequena área, mas Almoez Ali, completamente sozinho, não teve arte nem engenho para acertar no alvo.
Ao intervalo, era claro quem estava melhor do jogo, mesmo que as estatística mostrassem um equilíbrio ilusório.
O segundo tempo trouxe um ritmo ainda mais baixo, numa altura em que Enner Valencia demonstrava dificuldades físicas depois de ser alvo de algumas entradas mais ríspidas no primeiro tempo.
Ainda assim, o Equador ficou perto do terceiro golo num belo passe de Moisés Caicedo para Ibarra, com o número 10 a atirar para a primeira defesa de Al Sheeb no encontro. Pouco depois, Pedro Ró-Ró, talvez o mais inconformado dos cataris, assustou Galindez com um cabeceamento à entrada da área.
Até ao final, a seleção comandada por Gustavo Alfaro limitou-se a gerir o encontro e os jogadores - Ibarra e Valencia foram rendidos por Sarmiento e Cifuentes -, ao mesmo tempo que a fustração dos adeptos cataris aumentava ao verem erros infantis e não forçados a serem cometidos pela sua seleção, perante o olhar desolador de Félix Sánchez.
No entanto, aos 86 minutos, o recém-entrado Muntari quase fazia um dos melhores golos do torneio logo no primeiro jogo num remate surpreendente, mas o esférico acabou na malha superior da baliza.
Homem do jogo Flashscore: Enner Valencia (Equador).