A F1 é "um acelerador de mudança" na ecologia e direitos humanos, defende o presidente

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A F1 é "um acelerador de mudança" na ecologia e direitos humanos, defende o presidente
A F1 é "um acelerador de mudança" na ecologia e direitos humanos, defende o presidente
A F1 é "um acelerador de mudança" na ecologia e direitos humanos, defende o presidenteAFP
Na resposta às críticas sobre a pegada de carbono da competição e a expansão para países acusados de violação de direitos humanos, o presidente da Fórmula 1 (F1), Stefano Domenicali, defendeu-se numa entrevista à AFP: “A F1 é um acelerador da mudança".

Se não estívessemos aqui, não estaríamos a falar tanto sobre estes países, seria mais negativo”, disse o chefe da F1, referindo-se ao Bahrain, Abu Dhabi, Arábia Saudita e Azerbaijão, que têm vindo a acolher a primeira categoria do mundial de desporto motorizado durante vários anos e aos quais se juntará o Catar, em 2023.

Uma vez que a penúltima ronda do campeonato de 2022 se realiza este fim de semana no Brasil, o italiano, que foi entrevistado na Cidade do México, no final de outubro, destacou o “combustível sustentável” em resposta às críticas sobre a pegada de carbono.

- De um ponto devista desportivo, a época 2021 foi extraordinária com o duelo Verstappen-Hamilton, mas este ano, o neerlandês afastou qualquer suspense. Não existe o risco de tédio?

- Não, não me parece. Todas as corridas esgotaram. E depois, o Verstappen e a Red Bull fizeram um trabalho magnífico, talvez os outros tenham feito as coisas menos bem. Se outras equipas tivessem cometido menos erros, teríamos tido uma situação bem diferente. Tenho a certeza de que no próximo ano termos um campeonato muito renhido. E, em todo o caso, já vendemos um número incrível de bilhetes.

- Estão agendados 24 Grandes Prémios para 2023, um recorde. Será esse o limite?

- Com 24 estamos perto do limite. Mas nunca se pode dizer que esteja fechado. A F1 teve períodos com 17 Grandes Prémios que foram realmente difíceis de encontrar. Hoje estamos lá porque o nosso sucesso é incrível. Mas se tivermos de encontrar um equilíbrio, penso que 24 é bom. Há muitos outros países que gostariam de receber um Grande Prémio. Amanhã de manhã poderíamos inscrever mais sete ou oito países. Mas não o podemos fazer.

- Quatro corridas no Médio Oriente (o Catar junta-se ao Bahrain, Abu Dhabi e Arábia Saudita), uma no Azerbaijão: o que diz àqueles que criticam a presença da F1 em países acusados de violações de direitos humanos?

- Dizem sempre a mesma coisa. Somos um sistema muito aberto. Há países que querem mudar as coisas, e pensamos que o fato de estarmos lá destaca as coisas a mudar. Trabalhamos com as Nações Unidas, não há problema, não temos nada a esconder (…). Não é meu papel discutir política, mas estes países querem mudar as suas culturas, que têm milhares de anos, acha que é possível da noite para o dia? A F1 é um acelerador de mudança. Se não estivéssemos lá, falaríamos menos sobre estes países, seria mais negativo.

- Então está a posicionar-se como a FIFA sobre o seu Campeonato do Mundo no Catar, com um problema semelhante?

- Acho que não. Li coisas sobre a FIFA e o Catar que nada têm a ver com a nossa situação com o Catar. A pista está lá há dez anos (embora o circuito do Losail possa ser substituído por um novo no futuro, nota da redação). Temos de adotar uma abordagem muito séria. Verificamos, quando vamos a um país, que o promotor respeite certos pontos. Se o promotor não os respeitar, há cláusulas no contrato, que podem ser rescindidas imediatamente.

- Além disso, a F1 pretende ser neutra em carbono até 2030,  isso não parece paradoxal quando há mais corridas no calendário e a F1 viaja por todo o mundo?

- Temos uma grande responsabilidade, a F1 pode pressionar no sentido da mudança numa base global. No futuro, utilizaremos combustível sustentável. Somos um campeonato global, por isso para ir a qualquer parte do mundo, temos uma pegada de carbono. Mas pensamos que com combustível sustentável isto será resolvido. Temos objetivos e pensamos que os poderemos atingir antes disso. Como parte da nossa mobilidade, existe o barco, o avião, e eles nunca utilizarão a eletrificação total. Assim, utilizaremos o combustível sustentável para ter um maior efeito. Além disso, com todos os promotores, temos um programa de utilização de energias renováveis. Na pista, temos os motores híbridos mais eficientes do mundo.

- Os carros da F1 serão alguma vez 100% elécricos?

- Acho que não. O desporto tem dois elementos muito importantes, técnicos e emocionais. Se não se tiver essa combinação, perde-se tudo.