Os festejos alargaram-se um pouco por todo o mundo árabe, bem como em vários países europeus.
"O meu coração vai parar, que equipa, que resistência, que conquista", disse à AFP Ilham El Idrissi, uma mulher de 34 anos, em Casablanca.
"Acho que estou a sonhar acordado. Belisque-me! Que orgulho enorme. Agradeço a todos os jogadores do fundo do meu coração", disse Mouad Khairat, 29, executivo de um call center. "A seleção marroquina conseguiu fazer o impossível. Queremos a taça agora", pediu.
"Não existe impossível no futebol, essa é a magia deste desporto", disse à AFP o ex-jogador da seleção marroquina, Abderrazak Khairi.
Khairi, recorde-se, marcou duas vezes na surpreendente vitória por 3-1 sobre Portugal, em 1986, no México, quando Marrocos tornou-se a primeira seleção africana a chegar aos oitavos de final.
Em Casablanca, o templo do futebol marroquino, as camisolas da seleção e as bandeiras vermelhas com a estrela verde estão por toda parte nas vitrines, nos mercados, nas varandas das casas.
Festa na casa do rival da meia-final
Em Paris, vários adeptos marroquinos reuniram-se no Champs Elysées, onde os franceses comemoraram os seus títulos, e explodiram de alegria no apito final do jogo com Portugal.
"É um grande orgulho para todos os países árabes, para toda a África", disse Maamar, 27, que agitou uma bandeira marroquina, mas disse ser de origem argelina. "Aconteça o que acontecer, estamos nas quatro melhores equipas do mundo", lembrou.
Dounia, um franco-marroquino de 23 anos, disse que a classificação para as meias-finais foi ótima.
"Hoje também é o meu aniversário, não poderia ter recebido presente melhor", revelou.
Agitando bandeiras de Marrocos, Argélia, Síria e Palestina e cantando em árabe, os adeptos marroquinos misturaram-se com os turistas que lotavam a icónica avenida da capital francesa numa noite fria de inverno.
Os torcedores também se reuniram em Bruxelas, onde 18 pessoas foram presas durante incidentes depois de Marrocos ter vencido o Canadá na fase de grupos.
Polícia obrigada a intervir
Os adeptos marroquinos, acompanhados por apoiantes de outras nacionalidades magrebinas que partilharam também o feito, festejavam em Paris quando se deu o apito final do outro jogo do dia dos quartos de final, entre França e Inglaterra. Os franceses, precisamente os próximos adversários dos marroquinos, saíram igualmente à rua para festejar e os ânimos acabaram por se exaltar junto à emblemática praça do Arco do Triunfo.
A polícia de intervenção francesa precisou de dispersar a multidão, verificando-se incidentes graves e o uso de instrumentos pirotécnicos destinados às celebrações de Marrocos, por parte dos seus adeptos, para incendiar carros e montras de lojas.