A época regular não correu de acordo com o planeado para as equipas da divisão Sudeste. Apenas os Miami Heat e os Atlanta Hawks conseguiram mais de 50 por cento de vitórias. Contudo, nenhuma assegurou lugar direto nos play-offs e vão competir por um bilhete para a fase a eliminar e o confronto com os Boston Celtics.
Miami chegou às finais da Conferência Este no ano passado, mas perdeu a série para Boston pela margem mínima (3-4) enquanto os Hawks perderam para os Bucks na mesma ronda, mas em 2020/21. Assim, duas franquias com um passado maior do que o presente vão encontrar-se no Kaseya Center na quarta-feira (00:30 horas).
Miami: Defesa forte, ataque nem por isso
A fase regular foi uma grande desilusão. A princípio existia a expectativa que os Heat chegassem directamente aos play-offs. Apesar da partida de P.J. Tucker para Filadélfia - com Jimmy Butler, Bam Adebayo, Kevin Love e Tyler Herro - há alguns nomes proeminentes no plantel.
Butler continuou a ser o homem mais notável, com uma média de 22,9 pontos por jogo. Adebayo e Herro também mantiveram vivos os esforços ofensivos do Heat, com uma média superior a 20 pontos. Contudo, os Heat foram apenas a 25.ª melhor equipa em termos ofensivos na NBA com 112,3 pontos por jogo.
O facto de os Heat estarem, no entanto, com possibilidades de chegar aos play-offs é graças a uma forte defesa e a uma subida de forma nos últimos um mês e meio, em que conseguriam vitórias sobre os Grizzlies, Knicks, Mavs e Sixers. Feitas as contas, perderam apenas um dos seus últimos cinco jogos.
O confronto direto com Atlanta é também a favorável à equipa da Florida. Três dos quatro encontros em 22/23 foram conquistados por Miami, que ganharam ambos os jogos em casa no início de março. Além disso, os Hawks estão numa fase de mudança. Após muitos resultados decepcionantes, Quin Snyder substituiu Nate McMilla, em fevereiro, no comando técnico.
Atlanta: Sob o signo da mudança
Snyder encontrou um desastre, explicando:"No início, era sempre como se tudo te atingisse de uma só vez. Aqui, cada dia é diferente". O destaque negativo: quando deixaram escapar uma vantagem de 24 pontos contra os Spurs que terminaram com um dos piores registos da fase regular. Também esbanjaram uma vantagem confortável contra Minnesota, numa partida com 17 perdas de bola.
Até Trae Young não correspondeu às expectativas, nunca foi tão mau como 22/23, excluindo a época de estreia. A interacção com o outro base, Dejounte Murray, dificilmente funciona. Murray sempre floresceu quando Young não estava no campo e vice-versa.
O que mais preocupa Snyder, porém, é o jogo de trocas defensivas e ofensivas:"Temos de nos tornar mais físicos. Temos de ser mais agressivos. Agressividade - isso significa que temos de nos mover continuamente, encontrar novas formas, encontrar espaços. Não se pode parar de jogar. Há sempre algo a fazer em todo o lado no campo".
Uma e outra vez, concederam cestos fáceis, falharam em retomar as posições. Contra equipas nominalmente mais fortes, isso resultou quase sempre em derrotas. As qualidades de Young na frente são ensombradas pelas suas fraquezas na defesa. Snyder pretende reconstruir o seu plantel em conformidade.
Ele poderia, por exemplo, construir Murray como uma segunda estrela ao lado de Bogdan Bogdanovic e sacrificar Young por mais peças de qualidade no plantel. Em qualquer caso, Bogdanovic falhará o duelo devido a uma lesão no joelho. O futuro de Atlanta é incerto. Continuará assim por agora - quer cheguem ou não à pós-temporada.