Bruno Lage abriu o livro: "Benfica? Foi uma decisão do presidente, o projeto não era meu"

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Bruno Lage abriu o livro: "Benfica? Foi uma decisão do presidente, o projeto não era meu"

Bruno Lage deixou o Wolverhampton em outubro
Bruno Lage deixou o Wolverhampton em outubroAFP
Sem clube desde que deixou o comando técnico do Wolverhampton, Bruno Lage abriu o livro em entrevista ao Transfermarkt, recordando a saída do Benfica, garantindo que não foi convidado para ser selecionador nacional e confessando que recebeu uma proposta da Premier League depois de deixar o Wolves.

"No mesmo dia em que o meu contrato com o Wolves foi rescindido, fui abordado por outro clube da Premier League. Fiquei feliz, pois significava reconhecimento pelo nosso trabalho no Wolves e, especialmente, pela forma como jogámos. Mas senti que ainda não era o momento certo para voltar ao ativo", assumiu Bruno Lage, garantindo que não foi contactado pela Federação Portuguesa de Futebol.

"Reparei que o meu nome estava a circular nos meios de comunicação social, mas ninguém da Federação Portuguesa de Futebol me abordou", garantiu Bruno Lage, campeão nacional pelo Benfica, de onde saiu em 2019/2020.

"Na primeira época, recuperámos um atraso de sete pontos e, na época seguinte, no final da primeira volta, éramos nós que tínhamos sete pontos de vantagem. Perdemo-la depois da primeira queda de rendimento que tivemos em 13 meses. Quando o campeonato recomeçou, após a interrupção causada pela pandemia, jogámos em casa, no Estádio da Luz. Tivemos um bom desempenho, mas perdemos várias oportunidades, e sentimos a ausência dos adeptos. Jogar num estádio sem adeptos foi uma experiência nova, e sinto que, com eles, poderíamos ter vencido aquele jogo. Apesar do empate, estávamos com os mesmos pontos que o primeiro classificado", lembra Bruno Lage, recordando o clima que se viva no Benfica nessa altura.

"Nessa noite, o nosso autocarro foi atacado e o Weigl e o Zivkovic magoaram-se. As casas de vários jogadores foram vandalizadas. Gerou-se um clima de grande instabilidade em torno da equipa. Sinto que, com cinco jogos da Liga ainda por disputar, assim como a final da Taça de Portugal, poderíamos ter terminado a época. E então, com tempo e calma, tomaríamos a melhor decisão para todos, particularmente para o Benfica. Não se trata de ser justo ou não. Foi uma decisão do presidente que devemos respeitar. O projeto não era meu, era do Benfica, embora eu tenha feito parte dele durante muito tempo. Fui treinador num clube com a magnitude do Benfica em todos os escalões desde os sub-11, e fui campeão nacional com a equipa principal, tendo apenas jovens da equipa B como reforços no mercado de janeiro", recordou Bruno Lage, falando também do trabalho de Rui Costa na liderança do Benfica, sucedendo a Luís Filipe Vieira, bem como a entrada de Roger Schmidt nos encarnados.

"Estou bastante familiarizado com as ideias de Rui Costa. Pôs em prática as suas ideias para a construção de um plantel. Identificou com precisão quem ainda era capaz de atuar no Benfica, olhou para dentro e trouxe os melhores jovens para trabalhar com a equipa principal, e olhou para fora para trazer reforços de qualidade indiscutível que acrescentam valor. Não me surpreende vê-lo, como presidente, a trazer jogadores de topo, como o Enzo Fernández. Teve tempo suficiente para escolher o treinador que melhor pudesse implementar e complementar as suas ideias. Ele trouxe o Roger Schmidt e as coisas têm estado a funcionar bastante bem. O Benfica joga muito bem, está a liderar o campeonato e passou a fase de grupos da Liga dos Campeões na primeira posição. A relação entre o presidente e o treinador é crucial para sustentar o projeto de um clube", explicou.

Bruno Lage, recorde-se, apostou em Gonçalo Ramos na equipa principal do Benfica e defende, agora, que se trata de um dos melhores avançados portugueses.

"Agora é fácil falar, especialmente depois do Mundial e do último dérbi contra o Sporting. É um atleta de alto rendimento e com grande potencial. Penso que é semelhante ao Raúl Jiménez na forma como pressiona e na dinâmica ofensiva que oferece a uma equipa. Marca golos, é forte no ar, domina o espaço e os tempos dentro e fora da área, e joga entre linhas. Portugal tem muitos avançados de alta qualidade, e Gonçalo Ramosé um deles", explicou Bruno Lage.