Além da vitória na 16.ª etapa e do terceiro lugar final, o ciclista luso de 24 anos conseguiu subir ao pódio para vestir a camisola branca, de vencedor da classificação da juventude, e dar mais um motivo de alegria aos seus fãs.
Desde o abandono do campeão do mundo de fundo, o belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), que era o grande favorito à vitória final e também um jovem e ex-colega de equipa transformado em rival do luso, que esta vitória parecia mais e mais provável.
Evenepoel testou positivo à covid-19, que lhe provocou sintomas, após vencer os dois contrarrelógios iniciais, na primeira e nona etapa, e parecia um líder estabelecido quando foi forçado a abandonar.
O desvanecimento do norueguês Andreas Leknessund (DSM), que chegou a liderar a prova e o trabalho em prol de Geraint Thomas a que o neerlandês Thymen Arensman (INEOS) esteve obrigado impediram-nos de disputar a ‘maglia bianca’.
O português traz a ‘branca’ para casa, bem como um inédito pódio luso no Giro, e consegue a segunda classificação secundária na ‘corsa rosa’ para o país, depois de uma edição de 2020 que também foi de boa memória para si.
Enquanto o ciclista de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) andava ‘entretido’ a liderar a geral, o que fez durante 15 dias, foi o compatriota Ruben Guerreiro a juntar-se-lhe nos feitos heroicos, ao vencer a nona etapa, em Roccaraso, fechando um jejum que durava desde 1989.
A partir daí, disputou a camisola da montanha até final e conseguiu mesmo segurar a ‘maglia azzurra’, que venceu com distinção ainda na EF Education-Easy Post, na qual continuou a destacar-se antes de ‘saltar’ para a Movistar em 2023.
Antes dos dois ciclistas aptos na montanha, estes feitos estiveram destinados à Volta a Espanha e a dois corredores diferentes, a começar por outro antigo líder do Giro e vencedor de etapas.
Acácio da Silva venceu em Itália e em França, tendo liderado Giro e Tour, e em Espanha só lhe ficou a faltar uma etapa para completar o trio, ‘contentando-se’ com a classificação de sprints especiais da Vuelta de 1991.
Antes disso, Fernando Mendes correu a Vuelta de 1975, um ano depois de se sagrar campeão da Volta a Portugal, e pelo Benfica venceu a classificação das metas volantes dessa edição da corrida espanhola, em que acabou no sexto lugar final.
Estas contas não incluem a classificação por equipas que já ‘premiou’ o trabalho de gregários como Sérgio Paulinho e Nelson Oliveira, por várias ocasiões, mas não só – João Almeida, por exemplo, subiu ao pódio da Vuelta em 2022 porque a UAE Emirates venceu esta ‘tabela’, para que contribuiu com o sexto posto final.
Portugueses vencedores de classificações secundárias de grandes Voltas:
- João Almeida (1)
Juventude no Giro de 2023.
- Ruben Guerreiro (1)
Montanha no Giro de 2020.
- Acácio da Silva (1)
Sprints especiais na Vuelta de 1991.
- Fernando Mendes (1)
Metas volantes na Vuelta de 1975.