“Para mim, pessoalmente, é o melhor resultado que tive numa grande Volta, por isso estou muito feliz com isso. Há um pouco de deceção, porque viemos para aqui com um objetivo, que era a amarela, mas houve um corredor melhor”, disse o terceiro classificado da geral.
Aos 30 anos, Adam Yates vai subir pela primeira vez, no domingo, ao pódio final de uma grande Volta, depois de ter sido quarto no Tour2016 e na Vuelta2021.
“Não tive nenhum azar, nenhuma doença, o que acontece pela primeira vez em muito tempo, por isso estou feliz”, reforçou.
Primeiro camisola amarela desta edição, por ter vencido a etapa inaugural, o corredor da UAE Emirates manteve-se sempre num discreto segundo plano, mesmo nas declarações à imprensa, ciente de que o líder da equipa era só um: Tadej Pogacar.
Ainda assim, e após uma prestação consistente, acabou na terceira posição, a 10.56 minutos do dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), que no domingo vai sagrar-se bicampeão da Volta a França, à frente de Pogacar, que está a 07.29.
“Não é fácil estar no teu melhor durante três semanas. Para ele nem são três, esta sob grande pressão durante todo o ano”, elogiou Yates, referindo-se ao seu líder.
Com dois homens da UAE Emirates no pódio, o britânico considera que ele e os seus colegas podem sair do Tour satisfeitos.
Na luta pelo pódio, Adam derrotou, tal como na primeira etapa, o seu gémeo Simon (Jayco AlUla), que hoje subiu à quarta posição e ficou a 12.23 minutos de Vingegaard.
“Queria tentar ganhar a etapa, mas os outros foram mais rápidos (na subida). No final, consegui chegar a eles e tentei o meu melhor para a geral”, recordou.
Os dois gémeos saltaram do grupo perseguidor e fizeram a ‘ponte’ para Pogacar, Felix Gall (AG2R Citroën) e Vingegaard, mas acabariam atrás dos três na discussão da etapa.
“Tive sorte que ele estivesse comigo para anular a diferença para o Jonas, o Tadej e o Felix e podermos tentar lutar pela vitória e ganhar algum tempo ao Carlos (Rodríguez). Foi muito importante que ele estivesse lá”, salientou o vencedor da Vuelta2018 e terceiro do Giro2021.
Os irmãos aliaram-se para afastar o azarado espanhol da INEOS, que caiu na estrada e na classificação.
“Dei o melhor que tinha, mas não foi suficiente. Apesar de tudo, estou satisfeito. Tentarei voltar noutro ano para fazer melhor”, disse o jovem de 22 anos aos jornalistas, com a cara ainda ensanguentada.
Estreante no Tour, Rodríguez desceu ao quinto lugar na ‘virtual’ classificação final, agradecendo aos colegas por terem evitado males maiores.
“Tive o azar de, em plena descida, ter-se partido um raio da roda dianteira, e caí na curva”, descreveu sobre uma queda na qual arrastou o norte-americano Sepp Kuss (Jumbo-Visma), que, também visivelmente maltratado, acabou por sair do top 10.
As posições dos Yates e de Rodríguez serão confirmadas no domingo, no final dos 115,1 quilómetros entre Saint-Quentin-en-Yvelines e Paris, cidade que consagrará Vingegaard como bicampeão da Volta a França.