O desempenho da equipa no relvado tem sido marcado pelo pouco brilho desde o início do ano, e o confronto com o Bayern nos oitavos da Champions aproxima-se rapidamente (primeira mão a 14 de fevereiro em Paris, segunda mão a 8 de março). Os responsáveis parisienses não conseguiram tirar partido da janela de transferências de Inverno para recuperar um plantel que está preso por um fio.
Os resultados falam por si, sem novas aquisições e com três saídas (Pablo Sarabia, Keylor Navas e Ayman Kari). O fracasso do negócio Ziyech é uma ilustração perfeita dos problemas do PSG na procura por reforços.
Em busca de um atacante para compensar a transferência de Sarabia para o Wolverhampton, o PSG concentrou-se, sem sucesso, em Rayan Cherki, do Lyon, e depois em Malcom (Zenit), antes de ver cair no último minuto o negócio de Ziyech, marroquino que se encontra com problemas no Chelsea.
Pareciam reunidas todas as condições para o empréstimo do semifinalista do Mundial-2022. O jogador viajou para Paris na terça-feira e passou nos exames médicos, segundo uma fonte interna. Mas um imbróglio improvável veio atrapalhar a operação.
Skriniar, outro contratempo
De acordo com duas fontes com conhecimento do caso, o Chelsea cometeu vários erros ao enviar ao PSG os documentos administrativos necessários para registar o contrato... e a hora de fecho do mercado foi ultrapassado.
Os clubes da Ligue 1 foram efetivamente obrigados a enviar os contratos até às 23:00 de terça-feira, o que lhes deu uma hora extra para registar as transferências no software que rege as transferências internacionais (FIFA TMS). No entanto, o clube parisiense defendeu o seu caso, interpondo um recurso junto da LFP na quarta-feira, mas a comissão jurídica do organismo rejeitou-o.
“Infelizmente não se concretizou, são os caprichos da janela de transferências”, disse Christophe Galtier após a vitória em Montpellier (3-1). “Quero esclarecer que a responsabilidade não é do PSG”.
Para além deste revés no caso Ziyech, o clube de Paris também não conseguiu completar a transferência do defesa eslovaco Milan Skriniar, apesar de ter feito do jogador uma prioridade durante vários meses.
O jogador do Inter de Milão, cujo contrato expira em junho, já chegou a um acordo com o PSG, mas terá de esperar até ao próximo Verão para vestir a sua camisola, uma vez que os nerazzurri se mostraram muito ambiciosos nas negociações com o PSG, cuja capacidade financeira é limitada pelas restrições do fair-play financeiro e pelas enormes perdas na época 2021-2022 (cerca de 370 milhões de euros).
Pressão
É, portanto, sem reforços na defesa, um setor onde Ramos e Marquinhos não desiludem enquanto esperam pelos regressos de Presnel Kimpembe e Nordi Mukiele, e sem alternativas no ataque para além do trio intocável Messi-Mbappé-Neymar que o PSG vai defrontar o Bayern.
Se o PSG falhou na janela de transferências de Inverno, os bávaros, enfraquecidos por uma série de lesões (Manuel Neuer, Lucas Hernandez, Sadio Mané, Noussair Mazraoui), fortaleceram-se com o guarda-redes suíço Yann Sommer e os dois defesas João Cancelo e Daley Blind.
A pressão recai sobre Luis Campos, que não somou nenhum ponto junto dos proprietários do Catar durante esta janela, e sobre o treinador Christophe Galtier, que chegou no Verão passado.
O técnico parisiense, no entanto, tentou minimizar um possível fracasso durante o mercado de transferências. “Se não houver contratações, bem, não há contratações. Este plantel tem funcionado muito bem. Não há razão para fazer um drama a partir do momento em que todos temos o mesmo objetivo: a equipa vem antes das individualidades".