"Acho que é a punição mais injusta que já vi na minha vida. Antes de falar com vocês (imprensa) e usar palavras duras, prefiro ver os comissários, conversar com eles. Talvez eu consiga voltar e falar com a imprensa, porque agora honestamente não consigo. Não me sinto bem para falar", disse, ainda a quente, Carlos Sainz.
Recorde-se que o episódio aconteceu no terceiro de quatro reinícios em Albert Park, devido a bandeira vermelha. Logo na primeira curva, o espanhol da Ferrari tocou no monolugar de Alonso, que rodou e perdeu oito posições devido a essa colisão, com o caos que se seguiu, com quatro abandonos e mais uma bandeira vermelha, a última no Grande Prémio da Austrália.
Max Verstappen, que liderava a corrida, ainda não tinha concluído o primeiro setor, razão pela qual a direção da corrida decidiu restautar a ordem inicial para o último reinício e, por consequência, Fernando Alonso voltou à terceira posição e a perda, causada pelo toque de Carlos Sainz, foi anulada.
Ainda assim, os comissários penalizaram na mesma o piloto da Ferrari com cinco segundos de punição.
"Não, não pode ser, Ricky! Eles precisam ir até o fim da corrida e discutir isso comigo. Esperem e discutam comigo. Por favor, por favor, por favor, por favor! A punição é demasiado severa!", ouviu-se de Carlos Sainz, na comunicação com o engenheiro da Ferrari, Riccardo Adami, quando ouviu a decisão.
Com o reinício da corrida e dada a proximidade dos carros, Sainz ficou mesmo na última posição da grelha.
"Precisei vir ao TV Compund porque, se não viesse, era castigado outra vez. Desculpa, prefiro não falar. Vou voltar depois de ver os comissários", acrescentou Carlos Sainz.
"A minha frustração é mais porque eles tomaram uma decisão antes do fim, antes de me ouvirem, com uma volta atrás do safety car. Teria feito sentido esperar pelas reuniões e discutir exatamente o que eles pensaram, o que eles viram. Não ia mudar o pódio, não era um drama", explicou Fred Vasseur, chefe da Ferrari.
Com a punição a Sainz e o abandono de Leclerc, a Ferrari deixa a Austrália de mãos vazias. A equipa italiana é a quarta classificada no Mundial de construtores, com 26 pontos. A Red Bull leva já 123 pontos, na liderança isolada.