Cristiano Ronaldo e a entrevista: “Não vai influenciar aquilo que a Seleção Nacional quer”

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Cristiano Ronaldo e a entrevista: “Não vai influenciar aquilo que a Seleção Nacional quer”
Cristiano Ronaldo e a entrevista: “Não vai influenciar aquilo que a Seleção Nacional quer”
Cristiano Ronaldo e a entrevista: “Não vai influenciar aquilo que a Seleção Nacional quer”LUSA
Ao terceiro dia de trabalho no Catar, coube ao capitão de Portugal falar aos jornalistas. A entrevista a Piers Morgan foi destaque óbvio, com o avançado do Manchester United a justificar o timing e a encerrar o capítulo. O sonho de conquistar o Mundial e também as cautelas de Ronaldo.

Pela primeira vez desde que a entrevista a Piers Morgan foi para o ar, e que lançou Manchester United e o mundo do futebol em alvoroço, Cristiano Ronaldo compareceu perante os jornalistas. Naquele que foi o início do terceiro dia de trabalho no Catar, o capitão da Seleção Nacional tentou colocar um ponto final em toda a polémica que envolveu os últimos dias.

Na minha vida, o timing é sempre o timing. É fácil opinar, escrever. Eu não tenho de pensar no que os outros pensam. Não vai influenciar aquilo que a Seleção Nacional quer, tenho a certeza absoluta. Toda a gente aqui me conhece, sabem o que sou, não será influenciado pelos que outros dizem. O grupo está blindado, unido, confiante, todos querem jogar, o que eu gosto muito de ver, a ambição está muito alta. Não tenho dúvida nenhuma que, não só este episódio como que outros que possam vir a acontecer com outros jogadores, não vai abalar o grupo”, explicou.

O avançado de 37 anos aproveitou também para esclarecer os momentos com Bruno Fernandes e João Cancelo que teve imagens em que geraram alguma polémica.

Nestas fases finais há sempre polémica. Na do Bruno Fernandes foi mais uma que correu mal à imprensa. Fiz uma brincadeira com ele porque chegou tarde, devido ao avião, e eu perguntei se ele vinha de barco. Eu tenho uma excelente relação com ele, foi uma brincadeira e fizeram uma tempestade. O mesmo com o Cancelo, ele estava um bocado mais triste no treino, tentei puxar para cima e mais uma polémica… Eu já estou habituado, tudo o que esteja à volta do Cristiano Ronaldo gera sempre conversa. O ambiente na Seleção é excelente, estamos todos de corpo e alma. E com os próximos jogadores não falem de mim, falem da competição”, frisou.

E sobre se toda esta polémica provocou mais pressão no desempenho de Ronaldo no Catar, o capitão da Seleção Nacional tentou desdramatizar.

“Será o meu quinto Mundial. Tenho sempre responsabilidade, desde os 11 anos que saí de casa para ir viver sozinho para Lisboa. Sou uma pessoa muito mais observada que todas as outras, isso sim. Faz parte do meu quotidiano. Gosto de ter essa responsabilidade, mas pressão é quase sempre a mesma. Às vezes lido bem, outras vezes lido mal, depende da situação do momento, do calor. Não sou perfeito. Mas sinto que tenho capacidade para assumir quando tenho de assumir. Se eu tivesse de demonstrar com 37 anos estaria preocupado. Depois do que eu já fiz, continuo a fazer, já ganhei, seria uma surpresa para mim. Tenho sempre de mostrar aquilo que eu sou ano após ano. Opiniões toda a gente tem e eu respeito”, atirou.

“Se me dissessem que Portugal ganhava o Mundial e o Ronaldo não marcava, ficava feliz”

A concentração da Seleção Nacional para o Mundial-2022 tem sido marcada pela ambição veiculada por Fernando Santos e os restantes jogadores, de que a equipa das quinas tem qualidade para estar entre as favoritas a erguer o troféu. Algo que Cristiano Ronaldo partilha.

Eu acredito muito que a nossa Seleção tem um potencial enorme. Ganhar? Isso veremos depois. Esta geração é muito boa, uma mistura de juventude e experiência. Vai ser bonito de ver. Sabemos que a exigência é muito grande, mas temos de pensar com calma. Para ganhar a competição temos de ser os melhores e se acreditamos nisso, temos de mostrar isso dentro de campo. Pensar no primeiro jogo com o Gana, que é o mais difícil, começar bem com o pé direito, para ganhar confiança e a partir daí é devagarinho”, disse, lembrando o Euro-2016: “Há aquelas seleções que vemos de maneira diferente e achamos que são mais favoritas como Brasil, Argentina, França e Alemanha. São aquelas que têm mais favoritismo, mas em 2016 também ninguém dava nada por Portugal e ganhámos. Podem existir surpresas, e esperamos que possam voltar a acontecer”.

Ronaldo confiante na prestação lusa
Ronaldo confiante na prestação lusaFlashscore

Numa carreira repleta de títulos, Cristiano Ronaldo não escondeu que o Mundial seria, de facto, um troféu importante, mas frisou que não se trata de uma obsessão.

Seria mágico, um sonho para mim. Mas não me falta nada na vida, tive muito mais do que esperava. Ganhar o Mundial seria o sonho e estamos aqui para alcançar o objetivo, mas todas as equipas querem ganhar e só pode ganhar uma. Todos os jogadores têm essa ambição. O Mundial será das mais importantes competições do mundo, era um sonho ganhar, mas se não ganhasse mais nenhum troféu na minha carreira estaria orgulhoso do que fiz”, asseverou, deixando também um desabafo sobre os potenciais recordes que possa vir a bater: “Eu não sigo os recordes, são eles que me perseguem. O que eu tenho vindo a fazer nestes últimos anos é bater recordes, mas não é algo que me tire o sono. Não vou deixar de comer por isso. Se Portugal ganhasse o Mundial e o Cristiano Ronaldo não marcasse um golo eu ficava feliz”.

Um dos nomes maiores do futebol mundial, Ronaldo é sempre abordado na discussão de melhor de sempre. Questionado sobre se a conquista do Campeonato do Mundo colocaria um ponto final nessa questão, sobretudo em relação a Messi, o português reconheceu que não.

“Não vejo as coisas por aí. Mesmo se ganhasse o Mundial ia existir esse debate, há uns que gostam mais, outros que gostam menos. É como em tudo na vida. Adoraria ganhar esta competição, sou ambicioso. Mas também se me dissessem que não ia ganhar mais nenhum título até ao final da carreira eu ficava orgulhoso do que já consegui. O Mundial é um sonho para mim, é possível, mas vamos esperar que todas as energias estejam connosco”, disse, concluindo com um desejo assente na publicidadade que fez com o capitão da Argentina, em que os dois aparecem a jogar xadrez: "Foi uma campanha que andei a fazer, que já queria há muitos anos, concretizei o sonho, porque toda a gente sabe da grandeza da marca. Será o meu quinto Mundial. Estou focado e extremamente otimista de que as coisas vão correr bem. Xeque-mate vamos fazendo na vida, não é só no xadrez. E eu faço muitas vezes. Não sei ser direto quanto a isso, mas gostava de ser eu a fazer o xeque-mate contra Messi. Seria bonito acontecer, já aconteceu num jogo de xadrez e no futebol seria ainda mais".

Recorde-se que Portugal começa a participação no Mundial-2022, na próxima quinta-feira, às 16 horas, diante do Gana.