AC Milan - Torino
O AC Milan está há cinco jogos sem vencer na Serie A, tendo apenas empatado (2-2) frente ao Lecce durante essa série. Além disso, os 14 golos sofridos não foram produto do acaso e resultaram de um grande número de oportunidades dos adversários.
No início de janeiro, de acordo com modelos matemáticos, o Milan tinha a segunda melhor defesa da liga e estava perto do nível de Napoles e Inter em termos de remates concedidos aos adversários. Apenas a AS Roma, de Mourinho, concedia menos oportunidades de golos.
Este é um bom exemplo de como as lesões dos principais jogadores e a má fase do guarda-redes têm um enorme impacto no jogo de uma equipa.
Nos últimos três jogos, o defesa Tomori sofreu problemas de saúde, seguindo-se o médio-defensivo Bennacer. Com um importante jogo da Liga dos Campeões, contra o Tottenham, no horizonte, ambos estão fora do próximo jogo da liga.
Um problema a longo prazo é a ausência do guarda-redes Mike Maignan, uma das figuras-chave da época passada. Com o francês o Milan tinha o melhor guarda-redes da Serie A e com o seu substituto, Ciprian Tatarusanu, tem o pior.
De acordo com modelos matemáticos, o guarda-redes romeno sofreu mais cinco golos do que aqueles que deveria de ter sofrido, de acordo com a qualidade do remate dos adversários. Em termos de minutos jogados, mais nenhum jogador da Serie A tem um registo tão mau.
O Milan enfrentará o Torino em casa no jogo entre o sexto e sétimo classificados. Os comandados de Ivan Juric estão exatamente nessa média no que diz respeito à qualidade das oportunidades criadas, ao passo que possuem a sexta melhor defesa do campeonato. Vanja Milinkovic-Savic tem apresentado boas exibições.
Além disso, o Torino consegue criar oportunidades perigosas a partir das bolas paradas, nas quais a equipa de Milão já sofreu 9 golos, o mesmo número que a última classificada, a Cremonese. A maior ameaça à defesa do Milan é Alessandro Buongiorno que, embora ainda não tenha marcado esta época, cria oportunidades com regularidade.
Liverpool - Everton
O atual décimo lugar do Liverpool na tabela da Premier League é o resultado de uma longa lista de fatores. Estes incluem cansaço ou lesões de jogadores-chave, ausência de reforços no meio-campo, mudanças táticas falhadas, erros defensivos e, em grande medida, falta de sorte.
Tudo isto teve, de longe, um grande impacto no desempenho defensivo da equipa, que é a quinta pior da Premier League em termos de número de oportunidades concedidas, aproximadamente ao nível de Bournemouth, Leicester ou Crystal Palace. Assim, enquanto o Arsenal e o Manchester City sofrem, em média, 0,8 golos por jogo, o Liverpool está atualmente nos 1,5, quase o dobro.
Esta situação ficou ainda pior após o reinício da competição, em dezembro, ou seja, nos últimos 6 jogos disputados. Neste período, nenhuma outra equipa permitiu que os seus adversários tivessem tantas oportunidades como os reds.
A dificuldade dos embates também entra em jogo, embora isso seja relativamente positivo para a equipa de Klopp, que já enfrentou Aston Villa, Leicester, Brentford, Brighton, Chelsea e, mais recentemente, o Wolverhampton. De acordo com os modelos matemáticos, o Liverpool deveria ter sofrido 10 golos (sofreram nove), pelo que nem mesmo Alisson na baliza pode fazer muito.
Embora no ataque o Liverpool não tenha os mesmos problemas e crie oportunidades com uma frequência semelhante à do Manchester City, equipa com o melhor ataque da Premier League, os jogadores ofensivos passam por um período de vários desperdícios de oportunidades. Salah e Darwin juntos marcaram apenas por uma vez em janeiro, mas remataram 25(!) vezes às balizas adversárias. Com base na qualidade dessas oportunidades de golo, deveriam de ter feito cinco golos.
O Everton é reconhecidamente uma das equipas mais vulneráveis na defesa, mas com o novo treinador, Sean Dyche, manteve o Arsenal longe do golo na última jornada, além de contar com Jordan Pickford, um dos melhores guarda-redes da Premier League.
Além disso, o Everton cria perigo nas bolas paradas (sendo Tarkowski, Onana e Calwert-Lewin os mais ameaçadores), que o Liverpool defende, na melhor das hipóteses, de forma medíocre e provavelmente estará ainda sem o lesionado Van Dijk. Neste jogo tudo pode acontecer.
Legia - Cracóvia
Trata-se de uma partida entre duas equipas iguais e com muito para jogar. O Cracóvia, atual sexto classificado, classifica-se em quinto lugar se atendermos à métrica matemática dos pontos esperados, o que se deve, principalmente, ao seu excelente desempenho defensivo.
Em termos de remates concedidos, a equipa é a quarta melhor de toda a Ekstraklasa. A equipa defende muito bem o corredor central e o guarda-redes, Karol Niemczycki, também contribui significativamente para o bom desempenho defensivo da equipa. Falamos de um dos melhores guarda-redes da liga e, em termos de dados, está ao nível de Vladan Kovacevic, guardião do líder Rakow.
Em termos defensivos, os dados do Legia são semelhantes, embora o guarda-redes Kacper Tobiasz, de 20 anos, ainda não esteja à altura da qualidade de Niemczycki. Em termos de qualidade das oportunidades criadas, ambas as equipas têm praticamente os mesmos números, aplicando-se o mesmo às bolas paradas ofensivas e defensivas.