A jovem de 19 anos da província de Ratchaburi, no oeste da Tailândia, ganhou dois torneios no circuito feminino de elite sediado nos Estados Unidos e tem outras 12 resultados no top-10.
Ela tornou-se na segunda jogadora mais jovem de sempre na liderança do ranking do golfe feminino, esta semana, atrás de Lydia Ko, da Nova Zelândia, que tinha 17 anos quando chegou ao topo da tabela, em 2015.
Atthaya junta-se também a Lydia Ko e Tiger Woods como únicos golfistas, masculinos ou femininos, a chegarem a número um do ranking antes do 22.º aniversário.
“Ser a número um é pressão – não sei quanto tempo vou ser a número um do mundo, mas pelo menos é só um ranking”, disse aos jornalistas no Japan Classic LPGA, onde, esta quinta-feira, registar um shot abaixo do par (71) na primeira ronda desde que chegou ao topo.
“Mas o que tem de se fazer é melhorar muito. Não importa onde estou – número um, 10, 20 ou 100 – estou apenas a tentar melhorar-me e ser eu própria todos os dias que jogo, como pessoa e também como competidora”.
Attahaya poderia nunca ter jogado golfe se o seu avô não tivesse recomendado passar mais tempo fora de casa como maneira de prevenir as doenças frequentes que a afetaram quando era criança.
Ele sugeriu que ela jogasse ténis ou golfe, e depois de ver vídeos de ambos os desportos, Atthaya, então com seis anos, decidiu que o golfe era a opção menos extenuante.
Vinda de uma família de não praticantes, Atthaya teve de se esforçar para obter sucesso, mas não demorou muito tempo até que começou a surpreender.
A batedora de recordes
Em 2017, aos 14 anos, tornou-se a jogadora mais jovem a ganhar um evento de digressão profissional quando triunfou no Ladies European Tour's Thailand Championship.
Incapaz de se tornar profissional até aos 18 anos de idade, aperfeiçoou o seu jogo como amadora durante os três anos seguintes.
Depois de ter ganho o seu cartão LPGA Tour na escola de qualificação há um ano, a jovem não perdeu tempo a chegar ao topo.
“Não pensei que seria a número um no mundo tão depressa, e não pensei que o conseguiria no meu primeiro ano na LPGA também. No geral, sinto-me ótima, agradecida por isto ter acontecido este ano”, confessou.
Conhecida como “Jeeno”, Atthaya é filha de um proprietário de um negócio de lavagem de automóveis e a mãe é cabeleireira.
As redes sociais da jovem transparecem a sua idade e a mentalidade no golfe é não levá-lo demasiado a sério, até porque uma má partida não é o fim da sua vida, disse.
“Sou eu que o levo [golfe] relaxado, sorridente”, admitiu em entrevista no ano passado sobre a sua atitude no campo.
“Penso sempre que levar as coisas de uma forma positiva é o melhor para os golfistas. Jogas no campo durante quatro ou cinco horas e o teu cérebro já está a trabalhar arduamente”.
Atthaya admitiu também ter lutado com as expetativas dos outros em relação a ela, mas apercebeu-se de que deve ser ela própria e jogar com liberdade.
Ela é a segunda jogadora tailandesa a liderar o ranking mundial das mulheres, depois de Ariya Jutanugarn, que ocupou a posição durante 23 semanas, entre junho de 2017 e março de 2019.
É também a segunda jogadora a alcançar o topo do ranking no seu ano de estreia no LPGA Tour, depois de Park Sung-hyun da Coreia do Sul, em novembro de 2017.
Apesar da sua rápida ascensão, a jovem tailandesa está a tentar manter a cabeça fria.
“Todos os dias que jogas golfe, não podes criar expectativas. Tens que aproveitar todos os momentos que estás no campo porque se jogares mal hoje, tens sempre o dia de amanhã”, disse.