Desigualdade na base da saída do presidente da Federação canadiana de futebol

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Desigualdade na base da saída do presidente da Federação canadiana de futebol
Os presidentes das 13 associações do Canadá exigiram a saída de Nick Bontis
Os presidentes das 13 associações do Canadá exigiram a saída de Nick BontisCanada Soccer
O presidente da Federação canadiana de futebol, Nick Bontis, demitiu-se na segunda-feira, após reconhecer a necessidade de mudança, num contexto de crise no organismo, com críticas da equipa feminina à desigualdade de género e falta de financiamento.

"Embora tenha sido um dos maiores defensores de um sistema igualitário associado ao desempenho nas competições, infelizmente não estarei à frente da federação quando isso acontecer", disse o dirigente, em comunicado.

A renúncia de Bontis acontece pouco depois de os presidentes das 13 associações do país terem exigido a sua saída.

No mesmo comunicado, Nick Bontis disse, sem dar detalhes, que a Federação canadiana está em fase de assinar um acordo coletivo histórico emblemático, sem paralelo em nenhum outro país membro da FIFA, mas reconhece que o atual contexto exige uma mudança, com a sua saída.

A seleção canadiana, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 e da qual tem feito parte a avançada do Benfica Cloé Lacasse, foi obrigada a disputar há duas semanas o torneio SheBelieves, depois de as jogadoras terem feito greve.

As internacionais canadianas protestaram no sentido de darem maior visibilidade à falta de financiamento e às desigualdades de género no tratamento dado às duas seleções, numa iniciativa que teve o apoio da equipa masculina, de Stephen Eustáquio, do FC Porto, e Steven Vitória, do Chaves.

As jogadoras pretendem que a seleção feminina tenha no Mundial-2023 da Nova Zelândia e da Austrália os mesmos recursos que foram aplicados à equipa masculina, no Mundial-2022, no Qatar.

De acordo com a capitã Christine Sinclair, a Federação aplicou em 2021 mais de 11 milhões de dólares canadianos (cerca de 7,6 milhões de euros) na equipa masculina, destinando à equipa feminina cinco milhões (3,4 ME), menos de metade.

Já no último ano, as norte-americanas, bicampeãs mundiais e adversárias de Portugal no Mundial-2023, alcançaram um acordo com a sua federação, no sentido de estabelecer igualdade salarial com a equipa masculina.