Entrevista Flashscore a Luís Conceição: "Faz falta ganhar um título de maior dimensão"

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Entrevista Flashscore a Luís Conceição: "Faz falta ganhar um título de maior dimensão"
Luís Conceição ambicioso à partida para o Europeu
Luís Conceição ambicioso à partida para o EuropeuFPF
Na antecâmara do Campeonato da Europa de futsal feminino, o selecionador de Portugal falou da ambição lusa para a competição que se vai disputar na Hungria. A prova começa esta sexta-feira (17 de março) com um duelo com a Espanha, nas meias-finais, uma reedição das últimas duas decisões da competição.

Diz a sabedoria popular que à terceira é de vez e assim espera a Seleção Nacional de futsal feminino. Depois de ter perdido as duas finais das primeiras edições do Campeonato da Europa de futsal, Portugal parte para Hungria de olhos postos no título que viu a Espanha conquistar em 2019 e 2022. E será mesmo La Roja a adversária nas meias-finais, numa partida que se disputa esta sexta-feira (17 de março), às 15 horas e que vai colocar frente a frente as duas grandes forças da modalidade em termos continentais.

A dias da estreia na competição, Luís Conceição falou em exclusivo com o Flashscore, onde dá voz à ambição portuguesa e não se atemoriza com a meia-final diante da bicampeã europeia em título.

- Boa tarde, mister. Acho que não há outra forma de começar esta entrevista. À terceira é de vez?

- Tem de ser desta. É um objetivo, que andamos há algum tempo atrás. Sabemos que vamos jogar do nosso país, apanhar uma Espanha logo na meia-final, mas esperamos que seja desta

- Para isso também ajuda uma fase de qualificação imaculada (três vitórias), em que Portugal se superiorizou a Espanha em termos de números (31 golos marcados e 1 sofridos, contra 27 tentos e três sofridos das espanholas).

- São momentos diferentes. No nosso grupo de apuramento tivemos Itália, que é o grande outsider, uma das excelentes seleções do futsal europeu feminino, mas ainda não conseguiu ser cabeça de série, então umas vezes calha no nosso grupo, outra vezes no da Espanha e nem sempre consegue o apuramento. Os números são superiores e nós tivemos um grupo teoricamente mais difícil, mas são momentos competitivos diferentes. Era uma fase de apuramento, agora vai ser tudo a eliminar.

- E mesmo nesta fase principal, consegue perceber-se um aproximar de Portugal. Depois da pesada derrota em 2019 (0-4), a última já só aconteceu nos penáltis (3-3, 1-4 gp).

- Nós temos vindo a trabalhar também e os resultados assim o indicam. Cada vez estamos mais próximos. Na primeira final foi um 0-4, sem apelo. Na segunda fomos a vencer para o intervalo, a Espanha dá a volta, mas nós ainda conseguimos o empate antes do final do jogo e perdemos nos penáltis. Os indicadores são positivos. Mesmos os dois particulares que fizemos agora em Espanha, perdemos por um golo, sem Ana Catarina, Raquel Santos e Lídia Moreira que nos podem trazer agora aqui mais soluções e equilibrar a equipa.

- Quais são as principais diferenças entre Portugal e Espanha neste momento?

- Em termos de equipa e mesmo individualmente estamos muito ao mesmo nível. Há coisas em que se calhar somos superiores, mas elas têm uma coisa que nós ainda não temos: no campeonato delas todos os fim-de-semanas são jogos praticamente todos equilibrados, muito competitivos, em que a exigência é diferente, o que as obriga a procurar outros recursos para resolver. Aqui só quando se encontram as melhores equipas é que têm dificuldades, nos outros jogos andam a golear e esse desequilíbrio que existe na nossa liga, sente-se um bocadinho em alguns momentos do jogo. Por muito que possamos trabalhar aqui e tentar corrigir aqui, é nos clubes que passam a maior parte do tempo e quanto maior for o grau de dificuldade melhor.

- É também nessa perspetiva de evolução que um título europeu seria importante...

- Era muito importante. Tivemos uma geração campeão olímpica, outra que venceu o Mundial universitário. Tem vindo a crescer, mas um triunfo no Europeu projetava ainda mais, aumentava o número de praticantes na base, mais miúdas a praticar futsal, que é esse o nosso desejo.

- Ainda assim, já se sente uma maior visibilidade do futsal feminino em Portugal.

- Ainda no outro dia estive a ver o jogo entre o Povoense e o Sporting, e tinha uma boa moldura humana, estavam cerca de 200, 300 pessoas, um número bastante positivo. Há sempre muitos espectadores, sinais de que as pessoas gostam, porque se não gostassem, não iam. E o futsal feminino tem trazido isso, está a aumentar a qualidade. Se calhar faz falta ganhar um titulo de maior dimensão para ter mais essa visibilidade para com as pessoas que ainda não acompanham tanto.

- E para terminar, uma mensagem para os adeptos que vão estar a acompanhar esta caminhada

- Quem fiquem atentos a nós, pela televisão, que é na Hungria, porque vamos tentar que seja desta vez. Queremos ser a primeira seleção portuguesa feminina de um desporto coletivo a trazer um título e vamos fazer de tudo por isso.

Pode acompanhar aqui as principais incidências da partida