Na sede histórica do grupo em Maranello, no norte de Itália, o francês aceita de bom grado tirar selfies e assinar autógrafos com os tiffosi, mas não se esqueceu daquilo que está em jogo e que o trouxe à Scuderia.
"Quando se é uma equipa de topo, não se pode ter outro objetivo senão ganhar", disse, na primeira aparição perante a imprensa internacional na quinta-feira passada, a quase um mês do reinício do campeonato no Bahrain, em 05 de março.
“Não podemos começar a época a dizer que ficaríamos satisfeitos com o segundo lugar - isso seria falta de ambição. Temos tudo o que precisamos para fazer um bom trabalho e o objetivo deve ser vencer”.
Após quatro temporadas ao leme da equipa Alfa Romeo, Vasseur tomou posse em 09 de janeiro e terá a difícil tarefa de resgatar um troféu para a equipa mais bem sucedida da história da F1, que não vence um título de pilotos desde 2007 e de construtores desde 2008. Mas não sem uma boa dose de pressão.
"A pressão existe porque é inerente ao que fazemos, mas será que tenho mais pressão porque estou em Itália ou em Inglaterra? É mais sobre a cultura e a mentalidade do povo", explicou mais tarde a um punhado de jornalistas franceses convidados a Maranello.
"Nada está gravado em pedra"
O desafio será considerável, uma vez que a Scuderia teve uma temporada marcada por problemas tanto de fiabilidade do seu motor como com as suas estratégias de corrida.
Caberá a Vasseur, de 54 anos, "compreender exatamente o que aconteceu com cada erro e saber se se tratou de uma questão de decisão, organização ou comunicação".
Enquanto o motor está agora "sob controlo" - graças ao "bom trabalho nos últimos dois meses" - a espinhosa questão da estratégia mantém-se.
"Muito frequentemente, na pit wall, o maior problema é mais a comunicação e o número de pessoas envolvidas do que as próprias pessoas", analisou o novo chefe da equipa vice-campeão no campeonato de construtores em 2022.
"Só precisamos de ter um fluxo transparente de discussão e comunicação entre as pessoas certas, no lugar certo. É um trabalho em desenvolvimento".
O francês, natural de Draveil, na região de Essonne, a sul de Paris, está confiante: "Os resultados das últimas décadas mostram que a roda ainda está a girar e que é uma questão de aperfeiçoamentos. Se fizermos um trabalho melhor do que outros em poucos meses ou anos, então podemos ganhar. Nada está gravado em pedra!”.
- "Sem número um" -
Para cumprir a sua missão, conta com o monegasco Charles Leclerc, de 25 anos, atual vice-campeão, e o espanhol Carlos Sainz, de 28 anos.
Mas quem, entre Leclerc – que Vasseur conhece desde os 11 anos – e Sainz, será considerado o "número um" da equipa?
"Temos dois condutores muito bons que são capazes de fazer o trabalho. Teremos a capacidade de lhes fornecer exatamente o mesmo carro, a mesma estrutura e o mesmo apoio", assegura.
“Não haverá um número um e um número dois, mas se em algum momento tivermos de tomar uma decisão, eu tomo", diz ele. “Não importa se é a favor de um ou de outro”.
Uma coisa já é certa: "o objetivo é ganhar com a Ferrari e para a Ferrari".