Muitos adeptos recordam com nostalgia a aparição de Steffen Baumgart. Com um boné preto do Hamburgo na cabeça, o treinador de culto entrou na sala de imprensa lotada do Volksparkstadion e começou a falar.
"Estou aqui porque queremos ser promovidos", disse, numa clara mensagem aos adeptos. Tudo estava bem no Hamburgo, o sonho de voltar à Bundesliga era alimentado por Baumgart, que tinha dado nas vistas no Paderborn e no Colónia.
Apenas dois meses depois, toda a euforia se desvaneceu e a magia que Baumgart exalava quando foi apresentado deu lugar a uma profunda desilusão. Não é de admirar: a distância para o terceiro lugar no play-off de promoção já é de seis pontos e a subida direta tornou-se praticamente impossível (11 pontos de distância com 12 para disputar).
Baumgart, visto no início como uma espécie de salvador da pátria, prepara-se para enfrentar um fracasso desportivo.
Entre os críticos ao trabalho de Baumgart está Christoph Daum, antigo treinador e jogador alemão que, em declarações à revista 11 Freunde: "Tentar forçar a subida com um futebol atraente, sempre na frente e a toda a velocidade. Isso roça o kamikaze (suicida)".
Baumgart reagiu com calma: "Tenho grande estima por Christoph Daum. Se eu agora atacar todos os que têm uma opinião má sobre mim, então estarei sempre de mau humor".
Culpar apenas Baumgart pelo insucesso desportivo seria claramente uma visão demasiado curta. A média de pontos do técnico no Hamburgo até agora (1,38) não é nada digna de uma promoção, mas, ao contrário das suas passagens anteriores por Paderborn e Colónia, Baumgart quase não teve tempo de construir nada em Hamburgo.
Zona de play-off ainda é objetivo
E, inevitavelmente, Jonas Boldt entra em foco. O dirigente que, na qualidade de diretor desportivo do Hamburgo, é responsável pelo desporto há vários anos e que, pela quinta vez, poderá falhar a subida de divisão.
A resignação está a alastrar gradualmente entre os adeptos do Hamburgo, que inicialmente tinham uma atitude positiva em relação ao clube. Um sentimento que pode ser facilmente explicado se olharmos para a tabela: a concorrência na corrida para a promoção só pode ser vista através de binóculos. O Fortuna Düsseldorf está seis pontos à frente do Hamburgo, enquanto os rivais St. Pauli e Holstein Kiel estão ainda mais distantes.
"Somos realistas", disse Baumgart depois da derrota por 0-1 frente ao Kiel, líder da Bundesliga 2.
No entanto, o técnico garantiu que os objetivos da equipa ainda não caíram: "Não significa que estamos a desistir. É possível recuperar seis pontos em quatro jogos".
Se ele próprio acredita nisso, ninguém sabe. Baumgart é profissional o suficiente para começar a planear gradualmente, em segundo plano, o sétimo ano consecutivo do Hamburgo no segundo escalão.
Para a carreira de Baumgart, os últimos meses foram um ponto de viragem. Atualmente, parece que o próprio treinador corre o risco de ficar preso na Bundesliga 2, depois de mais de 100 jogos na Bundesliga e de ter chegado à Liga Conferência com o Colónia.