Mundial de Clubes: Diniz e Guardiola num confronto de estilos

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Mundial de Clubes: Diniz e Guardiola num confronto de estilos
Fernando Diniz, treinador do Fluminense, quer acabar com o domínio das equipas europeias no Mundial de Clubes
Fernando Diniz, treinador do Fluminense, quer acabar com o domínio das equipas europeias no Mundial de ClubesAFP
O estilo de jogo de Fernando Diniz, técnico do Fluminense, que ele rotulou como a antítese do futebol de Pep Guardiola, técnico do Manchester City, será testado na final do Mundial de Clubes, na sexta-feira.

Diniz, de 49 anos, ganhou fama no Brasil, chegando mesmo a acumular o cargo de selecionador interino com o de campeão sul-americano, graças a um esquema inovador que procura trazer para a arena profissional as habilidades aperfeiçoadas pelas crianças no futebol de rua.

"A forma como Pep gosta de ter a posse de bola é o oposto da minha. O estilo dele é posicional, o meu é anti-posicional", disse Diniz certa vez quando questionado sobre comparações entre ele e Guardiola.

A ideia é agrupar os jogadores em pequenas espaços, tentando criar sobrecargas em zonas do campo. Quando funciona, recorda aos brasileiros os tempos de jogo bonito, um passado glorioso para os pentacampeões mundiais.

Depois de uma carreira nómada como treinador, que incluiu 13 clubes diferentes, os métodos de Diniz deram frutos no Fluminense, que ele levou à sua primeira vitória na Libertadores no mês passado. No entanto, a sua ideia tem o risco de deixar muitos espaços abertos para os adversários explorarem, especialmente para uma equipa envelhecida.

O Al Ahly poderia ter acabado com o sonho dos brasileiros de conquistar o primeiro Mundial de Clubes na meia-final de segunda-feira. Dois golos no final do jogo acabaram por dar a vitória ao Fluminense por 2-0 em Jeddah, mas apenas graças à ação heróica do guarda-redes Fábio, de 43 anos, depois de os egípcios terem feito 18 remates à baliza.

Felipe Melo, que se tornou o jogador de campo mais velho da história da competição, aos 40 anos, e o ex-capitão do Real Madrid, Marcelo, 35, também tiveram um papel importante na vitória da meia-final.

Mas mesmo uma equipa do City sem o prolífico Erling Haaland, devido a lesão, não será tão indulgente, se lhe for dada a mesma quantidade de espaço e oportunidades na final.

Marcelo volta a sentir vontade

Diniz já encontrou dificuldades na transição para a seleção. O técnico, que assumiu interinamente o comando da seleção na esperança de atrair o técnico Carlo Ancelotti, perdeu três dos seis primeiros jogos do Brasil nas eliminatórias para o Mundial-2026, incluindo a primeira derrota em casa para a Argentina no mês passado.

A falta de tempo necessário para que os jogadores se adaptem às suas exigências a nível internacional foi apresentada como uma desculpa. No entanto, Diniz, que é formado em psicologia, conta com a total adesão dos jogadores sob seu comando no Fluminense.

"Ele tira o melhor de cada jogador", disse Marcelo, que ganhou cinco Ligas dos Campeões entre 20 títulos importantes no Real Madrid: "Nunca joguei tão livre como aqui. Depois de deixar o Real Madrid, pensei que já tinha tido uma grande carreira, mas Diniz fez sentir este desejo novamente."

Diniz, no entanto, é realista sobre a escala da tarefa que o Fluminense enfrenta contra o City. As equipas europeias estão invictas há 21 jogos do Mundial de Clubes, desde 2012.

Guardiola também está prestes a fazer história como o primeiro técnico a vencer a competição com três clubes diferentes, já que conquistou o Mundial de Clubes durante as passagens por Barcelona e Bayern de Munique.

Pep Guardiola, treinador do Mancherster City, pode tornar-se o primeiro treinador a vencer o Mundial de Clubes com três equipas diferentes
Pep Guardiola, treinador do Mancherster City, pode tornar-se o primeiro treinador a vencer o Mundial de Clubes com três equipas diferentesAFP

"O facto de as equipas sul-americanas não vencerem desde 2012 deve-se principalmente ao poder económico dos clubes europeus. Eles levam os jogadores que brilham no Brasil, na Argentina e no Uruguai ainda mais jovens... e os melhores técnicos também. Quando isso acontece ao longo de muito tempo, acaba criando um desequilíbrio", atirou Diniz