Rachel Daly (31 anos) é avançada, mas para muitos fãs casuais do futebol feminino e da seleção inglesa, não é. Esta vida dupla levou-a a jogar como lateral-esquerda na seleção nacional durante a incrível campanha para a conquista do título europeu no verão de 2022, após triunfo sobre a Alemanha na final - uma mudança radical para o futebol feminino no Reino Unido, mas que levou a algumas frustrações para a avançada do Aston Villa.
Essa confusão fez com que muitos pensassem que a sua incrível forma de marcar golos desde que foi contratada pelo Villa após o Europeu - uma sequência que a levou a marcar um golo por jogo em toda a temporada do campeonato, incluindo dois hat-tricks - era uma espécie de descoberta milagrosa da treinadora Carla Ward.
Num podcast recente da Upfront, Daly desfez o seu próprio mito: "Ouvi as pessoas dizerem que o Villa se tem saído tão bem a usar a Rachel como nove, quem diria? Bem, eu joguei lá durante uma grande parte da minha carreira, por isso isso fico um pouco frustrada porque penso: "acabaste de ligar a televisão? Fui avançada durante toda a minha carreira".
Antes de se transferir para o Midlands, onde Ward havia garantido a Daly a vaga de titular no ataque, ela havia passado os últimos seis anos nos Estados Unidos a jogar nos Houston Dash na NWSL.
E a olhar para as estatísticas da sua passagem pelo Texas, é justo dizer que ela foi inconsistente. De 2016 até ao verão passado, Daly passou por um momento de seca, o que a levou a pensar em mudar para a sua função secundária de lateral e consolidar o seu lugar na seleção inglesa.
Foi o que aconteceu no verão passado, sob o comando de Sarina Wiegman, que levou a sua equipa à conquista do primeiro grande torneio. Daly jogou todo a competição como lateral-esquerda, ajudando a equipa a manter quatro jogos sem sofrer golos.
Agora, no entanto, a poucos dias no Mundial na Austrália e na Nova Zelândia, Daly está a preparar-se para levar a boa fase do clube para o cenário internacional.
Ela será uma grande arma para Wiegman, e a versatilidade de Daly ganhará ainda mais importância com as graves lesões de Beth Mead e Fran Kirby, entre outras.
No último particular com Portugal, o jogo de despedida antes da partida para a África do Sul, Daly jogou o primeiro tempo como titular antes de ser substituída por Alessia Russo (24) no intervalo - alguém com quem ela competirá pela vaga de titular.
Daly, que tem 13 golos em 67 partidas pela seleção, não marcou nenhum, mas a liberdade e a confiança que sente nessa posição só trarão benefícios para a Inglaterra no início do torneio na próxima semana.
Daly foi descoberta por um grande número de tadeptos graças à sua atuação na defesa, mas desta vez vai mostrar a sua nova versão - a antiga. Fique atento.
