As duas seleções abrem o Grupo D no Estádio NRG, na badalada Houston, no Texas. O Brasil e a Costa Rica, que está em ascensão, fecham o grupo em Inglewood, na Califórnia.
Uma mistura para saborear
Vencedora da edição de 2001 em casa do torneio de seleções mais antigo do mundo, a Colômbia parece estar na melhor posição para repetir o feito. A seleção está na zona de apuramento na qualificação sul-americana para o Mundial-2026 e tem tido amigáveis favoráveis.
Apesar de ser considerada uma das favoritas ao título, os colombianos não acreditam na história.
"Não nos levantamos a pensar nos 23 jogos de invencibilidade. Entramos em campo com vontade de jogar, de ganhar", disse o defesa Carlos Cuesta.
Famosa pelo seu bom café, a Colômbia fez uma "mistura": privilegia uma colheita fresca e talentosa, com estrelas como o extremo Luis Diaz, e acrescenta grãos de torra escura: o guarda-redes David Ospina (35 anos) e o capitão James Rodriguez (32 anos), sobreviventes dos Mundiais do Brasil-2014 e da Rússia-2018, o último em que participou.
É uma cultura iniciada por José Pekerman e agora cuidada e regada pelo seu antigo assistente, Néstor Lorenzo.
"Quando se tem argumentos e capacidade física, tem-se um pouco mais de confiança para enfrentar todo o tipo de jogos. Falámos sobre o lado mental das coisas e o grupo é forte", disse o guarda-redes Álvaro Montero.
Os especialistas falam
"Não me empolgava tanto com a Colômbia desde 1994, quando tinha Valderrama, Tino Asprilla e Freddy Rincón (...) É uma seleção que dá gosto de ver. Luis Díaz é um dos jogadores a serem observados neste torneio. Acho que eles podem chegar à final e fazer algo especial", disse Clint Dempsey, ex-capitão dos EUA e agora comentador desportivo.
O próprio Carlos Pibe Valderrama, normalmente forte nas suas críticas, vê o seu país enfrentar a Argentina na final.
E a Costa Rica, outro adversário do grupo, também os vê com respeito.
"Hoje, a Colômbia pode estar acima do Brasil", disse o técnico argentino Gustavo Alfaro.
A defesa, a 9 e a 10
Cuesta garante a defesa, onde o argentino Lorenzo tem à sua disposição Jhon Lucumí, Yerry Mina e Davinson Sánchez.
"Todos nos conhecemos, os quatro defesas centrais já jogaram juntos. Há muita confiança e muita comunicação", destaca.
E como 9, onde antes havia Radamel Falcao (38 anos), Lorenzo pode escolher entre Rafael Santos Borré, John Córdoba ou Miguel Borja, mas precisa de garantir eficácia, algo que faltou para conseguir a qualificação para o Mundial-2022.
Quanto ao camisola 10, James Rodríguez, a Colômbia gosta de viver com ele, mas também já sabe viver sem ele.
Eles prometem "guerra"
O Paraguai, que já venceu duas Copas Américas, em 1953 e 1979, tem sido inconsistente e não participa num Mundial desde a África do Sul, em 2010, onde chegou aos quartos de final, tendo conseguido o seu melhor desempenho de todos os tempos. O país está em sétimo lugar na qualificação para o Mundial-2026 e venceu três dos últimos dez jogos.
"Daniel Garnero é demasiado grande para treinar o Paraguai, devido à qualidade dos jogadores que tem e à sua forma de jogar", disse o antigo guarda-redes José Luis Chilavert sobre o treinador argentino.
Mas o grupo chega com "garra".
"Acho que o grupo é muito bom. Penso que vamos fazer uma boa Copa América, estamos a trabalhar para isso e eu vou dar o meu melhor e dar sempre 100 por cento. Continuem a apoiar-nos, acreditem em nós, vamos lutar com esta equipa", disse Alex Arce, avançado da Liga de Quito, na passada sexta-feira.
A Albirroja conta com o talento do atacante Julio Enciso (Brighton), de 20 anos, e de Miguel Almiron (Newcastle United), de 30, além dos defesas Gustavo Gómez e Junior Alonso.